domingo, 13 de outubro de 2013

Educação escolar diante das tecnologias de informação e comunicação

RESUMO: O entusiasmo de setores comerciais em torno do que já acontece e, possivelmente, ainda vai aperfeiçoar-se nas inovações educacionais com as tecnologias da comunicação e informação (TICs), tende a considerar como fato real o que é projetado como marketing de venda. Procuramos ponderar sobre a possibilidade não democrática da imposição de um pensamento único, capaz de exercer uma ditadura que desloca a função de professores para meros serviços auxiliares de monitoria e, as escolas, para meras funções de revenda de produtos empacotados.[1]
Palavras-chave: TICs. Escola. Ensino-aprendizagem. Professores. Consumo.

Introdução
         Tanto no sistema tradicional de ensino-aprendizagem da escola, quanto na mediação das tecnologias da comunicação e informação, espera-se que tudo quanto é ensinado seja aprendido, mas, isto não ocorre nos níveis desejados, porque este processo não é unilinear. A aprendizagem geralmente se constitui num processo de construção e de reconstrução. Com tecnologia ou sem tecnologia de ponta, a aprendizagem não constitui mera e passiva recepção, mas, depende essencialmente da interatividade e do entendimento de como este processo funciona.
Bem sabemos que a forma tradicional de educação escolar vem se tornando diuturnamente mais inócua diante das novas formas de socialização, propiciadas pelas TICs (Tecnologias da Comunicação e Informação). Neste necessário jogo de adaptação, a escola pode incidir no risco de descaracterizar-se e, mesmo que não venha a desaparecer, venha, contudo, a ocupar função social menos edificante do que a de longos séculos.
            O conceito tecnologia, geralmente atribuído a inovações que melhorem e facilitem lidas humanas, quando atribuídos à educação escolar, tendem a ser associadas a efeitos positivos no processo de ensino-aprendizagem. Quando esta tecnologia é a da informação e comunicação, advinda da integração dos avanços da informática com os das telecomunicações, como vem ocorrendo com a internet, facilmente o entusiasmo se sobrepõe ao real.
A tendência aos exageros em torno do que ainda pode vir a acontecer, antecipa excessivamente uma realidade que ainda precisa ser penosamente construída. Não basta saber acessar ou usar as tecnologias da comunicação e informação. Faz-se necessário entender como surgiram e no que implicam na vida pessoal, grupal e social, e, também, no que repercutem na vida econômica e psíquica das pessoas. Requer um entendimento racional do seu processo para permitir outros eventuais saltos de qualidade. Toda esta riqueza dos avanços tecnológicos na área da comunicação e informação pode ser altamente positiva para melhorar as relações humanas, mas também pode ser funesta, perversa e má, para controlar indivíduos e submetê-los a um pensamento único, quanto, para torná-los servis, passivos, dependentes de consumo. Requer-se senso crítico diante do que é oferecido pelas TICs (Tecnologias da comunicação e informação).
Em razão disto, pretendemos, neste texto, destacar algumas dificuldades que ainda precisam ser dirimidas, especialmente em torno do papel dos professores e das escolas, a fim de que nem a panacéia e nem o marketing de venda se sobreponham aos aspectos positivos que as TICs realmente podem trazer, e, para que não sejam engolidos por formas pouco ou nada democráticas os valores humanitários e se estabeleça uma escancarada manipulação do consumo de novidades.
Pretendemos, pois, salientar que a transposição do obsoleto ambiente de instrução das escolas para o do mundo virtual pode não melhorar a educação efetiva das pessoas, e pode ensinar-lhes, através destas mediações, o que de pior existe para a convivência humana. Entretanto, se consideramos apenas o quanto os aparelhos celulares mudaram em apenas dez anos, podemos antever, com bons augúrios, que muitas outras inovações ainda vão complementar as TICs para processos interativos de grande aprimoramento educacional.

1.    A Tecnologia da Comunicação e Informação

A tecnologia resulta da condição humana de se constatar aquém dos desejos e, da necessidade de inventar meios que facilitem a efetivação dos desejos e das lidas cotidianas. Daí a procedência da antiga expressão latina de “Homo Creator” (ser humano criador).[2]
 Desde os primórdios as pessoas foram acumulando saberes e produzindo instrumentos capazes de permitir compensar a limitação dos cinco sentidos: visão, tato, olfato, audição e paladar (ao qual se relaciona também a fala). Neste alargamento, a história humana tem mostrado diuturnas e constantes inovações. Também hoje as inovações continuam a ocorrer, porém, com intensidade incomparavelmente maior e mais rápida do que em outros tempos. Uma ilustração típica constitui o avanço com os telescópios e os microscópios, que ampliam quase infinitamente o alcance da visão para o macro-cosmos e também para o micro-cosmos. Da mesma forma, podemos lembrar saltos em relação à imprensa, aos correios, telégrafos, telefones, rádio, televisão, fotografia e a tecnologia digital.
Se fizermos a curta viagem da memória da nossa infância até nossos dias, constatamos estes saltos fenomenais de inovação tecnológica em todas as direções dos sentidos humanos. Uma área, no entanto, sobressai notavelmente e afeta radicalmente os tradicionais avanços obtidos: é a da tecnologia de comunicação e informação (TIC).
Se na escola a utilização de giz e quadro foi, por longo tempo, o auge dos recursos tecnológicos da pedagogia, começa a perder espaço para outras formas bem mais avançadas. Aparentemente, nada melhor do que este aprimoramento. Este, no entanto, tem profundas implicações com democracia, emancipação, cultura e com o acúmulo das conquistas humanas da história passada, sobre o qual se estriba a educação escolar.
O salto estupendo das tecnologias da comunicação e informação resulta do ajuntamento de diversas inovações tecnológicas em áreas separadas, como o surgimento do computador, do celular, da internet, do mp3, da câmara digital, etc. O processo de integração destes avanços tecnológicos vem propiciando equipamentos multifuncionais e de proporções cada vez menores como os Pockets (computadores de mão), que proporcionam múltiplos usos como acessar internet e TV, jogos, programas de comunicação e outros serviços. Aparentemente estes dispositivos só podem ser bem-vindos ao ambiente escolar, mas, constituem obstáculos difíceis para uma integração com a história da educação escolar, que vem de uma tradição e se estriba sobre um valor da cultura passada ante a exigência de profunda inovação. Afinal, ainda resta algo a ser conservado do acúmulo do saber educacional vindo de longos tempos?[3]
O modelo educacional que se encontrava no auge da tecnologia educacional, era focado no professor e os espaços acadêmicos ainda priorizam esta forma. Com a entrada das TICs (Tecnologias da informação e comunicação) o foco do professor se desloca para aprendizagem dos alunos, sem aquela relação direta e afetiva do professor com os alunos. Como não se muda do dia para a noite uma longa tradição, é natural que ocorram resistências e a adaptação geralmente não acontece sem conflitos e tensões. Se este deslocamento já constitui um problema, outro maior emerge da mudança de significado da entidade educacional. Sob a massiva entrada das TICs na vida das pessoas, desmorona o universo cultural que sustentava a escola. Significa que a escola passa a ter outro papel na sociedade e, sobre tal deslocamento, poucas pessoas se inquietam.
Uma natural tendência das escolas diante das TICs é a de adequar-se à sua modernização. Até mesmo para se manterem como espaços de referência e de boa conceituação na sociedade, precisam as escolas apostar em modernização. Todavia, tendem a investir mais em infra-estrutura do que em efetiva qualificação para mudanças que possam levar a maior qualidade educacional. Programas de aprendizagem ainda tendem a ser mais escassos do que programas administrativos. Por outro lado, estes limitados programas tendem a encontrar muitas barreiras para educar diante das pesadas estruturas curriculares, estabelecidas por Lei, e que precisam ser respeitadas nos mínimos detalhes, além de oferecerem ínfimas margens para adequação a outras modalidades de aprendizagem.[4]
A simpática entrada das TICs na vida escolar não constitui apenas a entrada de objetos facilitadores da educação na escola. Ela implica em subsumir em redes de comunicação e informação. Estas, por sua vez, passam por cima das peculiaridades locais, dos traços culturais e dos valores sustentados em distintos ambientes humanos. Como as TICs não foram inventadas especificamente para a escola, precisa a escola adequar-se ao ditame das TICs. Com isso, entra em jogo sua identidade: que papel vai a escola exercer nesta nova ordem?
Mesmo não aderindo ou aderindo entusiasticamente ao mundo das redes de comunicação e informação, - com profetas de otimismo à exaustão por toda parte - a escola perde gradualmente seu tradicional território, isto é, ela se submete a uma “des-territorialização” e precisa, com seus professores, “reconfigurar-se” às exigências, não mais da Lei que implantou o currículo com os conteúdos a serem desenvolvidos, mas, das regras que são propostas pelas TICs. Assim como se costuma fazer reconfiguração de um conjunto de programas do computador para que ele seja mais ágil e eficaz, necessitam a escola e os professores de uma reconfiguração. Neste novo patamar recebem função distinta daquela que a tradição cultural lhes havia outorgado quando outro avanço tecnológico se havia estabelecido.

2.    A reconfiguração das escolas

As TICs, no horizonte da globalização, não constituem neutros e inofensivos utensílios a serviço da qualificação educativa das escolas. Elas podem impor uma ditadura tão perversa e cruel quanto múltiplas ditaduras que já ocorreram na história humana. Sutil e sorrateiramente, elas vêm ocupando o discurso pedagógico e polarizam o ato de ensinar e o seu correspondente e necessário espaço ao pensamento único de quem os produz. Deste modo, se os professores não ficarem atentos, podem ser simplesmente absorvidos para a nova tarefa de apenas mediar o consumo dos pacotes oferecidos. Nesta nova função a escola pode virar mera loja que vende pacotes e, os professores, funcionários terceirizados, que fazem monitoria para assegurar a boa execução de acesso aos programas dos pacotes.
Basta ver como a maioria das revistas sobre educação descreve, ilustra e aponta para a última geração dos artefatos tecnológicos e os associa como o patamar mais elevado de qualidade de ensino. No entanto, sob o entusiástico discurso, a escola e o professor vão sendo desbancados dos genuínos papéis do tradicional processo ensino–aprendizagem. De um lado, dá-se a entender que se trata da definitiva superação do arcaísmo das estruturas educacionais do passado. De outro lado, pode transparecer que quem não se submete a esta última ponta da tecnologia, está sendo movido por um movimento conservador e já superado. O importante é perceber que, por enquanto, os novos formalismos informáticos continuam ancorados nos sistemas convencionais.[5]
Na verdade, as TICs não constituem apenas a substituição das tecnologias anteriores de giz e quadro, mas também, devido ao cultivo da fé absoluta nas suas virtualidades, vão diminuindo progressivamente as relações reais. Por trás do universalismo da globalidade, as TICs tendem a impor um único pólo, fruto do rearranjo da economia de mercado. Sob a égide da sociedade planetária, já sem centros, sem fronteiras geográficas, físicas, humanas, e nem de líderes, pode o endeusando as TICs estar anulando todas as necessidades locais de projetos sociais. Já não cabe à religião, nem à filosofia e nem à emancipação humana a condução do progresso, mas, esta é delegada à ilimitada capacidade das TICs. Portanto, a sustentação das TICs oferece um risco real de encobrir as diferenças e, na aparente igualdade universal dos seres humanos interconectados através das suas redes, as TICs conduzem no cabresto todos os que nelas procuram airosamente a presumida plenitude da vida. Já não se fala de primeiro e terceiro mundo, mas, apenas de norte e sul, como se todos os hominídeos do planeta Terra vivessem a absoluta democracia que decorre desta suprema fonte de democracia, a propiciada pelas TICs.[6]
A escola, a partir da “reconfiguração”, passa a ser nivelada como qualquer ramo de comércio. Torna-se uma espécie de franqueada que recebe suporte logístico para ser rentável e passa a ser revendedora de materiais a serem usados pelos alunos. O acréscimo da boa apresentação no espaço escolar, incluindo o quadro de professores, constitui apenas um marketing para atrair famílias interessadas em consumir a prestação de serviços e a oferta e de materiais de aprendizagem.  Assim, a escola deixará de produzir uma mercadoria para a coletividade e passará a ser consumidora do que uma determinada rede lhe oferece e, ao revender estes produtos, vive dos lucros desta venda. Numa escola tudo vira pacote: é de preços, de facilidades, de pagamentos, de recuperação de notas, de viagens, enfim, a própria escola se constitui num disputado produto de consumo.

3.    A reconfiguração dos professores

Os professores, tal como a escola, estão sendo “reconfigurados” para que sejam instrumentos mais eficazes e eficientes no processo de consumo da sociedade de venda de informações. Deste modo, alguém já não é mais visto como poderoso pela posse de terras, de imóveis ou pela oferta de mão-de-obra especializada ou, ainda, pelo seu notório saber, mas, pelo que sabe manipular em relação ao acesso dos meios técnicos de acesso aos pacotes de informação. Os consumidores não entendem da sua produção e nem do contexto em que são produzidos. Por isso, sequer os dominam. Aparentemente basta que saibam manejar formas de acesso para o consumo.[7]
Para esta nova função técnica, não se requer dos professores capacidade reflexiva, domínio cultural, conhecimentos axiológicos e vivência de valores éticos. É suficiente que sejam técnicos.
O tradicional trabalho dos professores, e que por longos séculos lhes auferia um status nas comunidades, além de já sucumbido, agora, paulatinamente, se esvazia. Na prática, os professores não passam muito de monitores, ou tutores, encarregados de prestar um serviço auxiliar aos alunos nas suas buscas de aprendizagem. E, como alunos aprendizes geralmente tendem a não se revelar responsáveis e afoitos nesta tarefa, os professores precisam controlar o tempo em que os alunos manejam o acesso às informações. Também eles, os professores, passam a se constituir numa mercadoria para ser desfrutada e descartada.
Será que o termo “professor (a)” ainda vai sobreviver por muito tempo?  Provavelmente virão a ser chamados de facilitadores ou animadores de estudos e que, na prática, vão se constituir em medianos esclarecedores de alguns caminhos técnicos da potência didática das tecnologias da comunicação e informação.
A reconfiguração do papel social dos professores, todavia não implica apenas deslocamento para outra função, mas, também indica a força eficaz do papel de ocultar o que se esconde por trás da democracia e da flexibilidade da ação educadora: pode tudo ficar estrito a um grande monopólio empreendido por quem produz a informação e o conhecimento.
Se professores apenas monitoram em função do êxito de acesso aos pacotes educacionais, seu papel precípuo virá a ser o de ligar e desligar os aparelhos, de testá-los para ver se está bom seu estado de funcionamento, a fim de que possam ser utilizados no dia seguinte e, eles, em vez de formadores de opinião, de cultura e de inserção na cultura, talvez venham a constituir periféricos prestadores de serviço, com algumas horas de biscate, como garçons e certos serviços autônomos, que os efetivam para completar a renda.
Em toda esta “pasteurização” os professores, como na rápida alternância de frio e calor a que é submetido o tratamento do leite, são submetidos a um processo de homogeneização para a mesmice de uma função irrelevante na sociedade. O salário dos professores é o indicador mais do que suficiente para indicar esta mudança de papéis. Assim dilui-se o valor e o status simbólico que professores desfrutavam no quadro cultural por longos séculos.
O papel no processo ensino-aprendizagem dos professores vem sendo paulatinamente ocupado pela WEB. A eles resta, então, uma função mais modesta: tornar-se mercadoria secundária a serviço da WEB e conformar-se com esta estratificação inferior. Caso isto pareça pouco, terão que migrar para outras funções que, pelo menos, economicamente, rendem mais.
O que ainda poderia significar uma postura crítica à ditadura de um modo único de se pensar a partir de quem comunica e informa? Oxalá que o uso de termo democracia tenda a ser cada dia menos falacioso, a fim de permitir que as fontes da comunicação e informação abram caminhos que diminuam as diferenças sociais.[8]

Concluindo

Dos poucos traços que destacamos depreende-se que nem tudo constitui “paz e amor” na introdução das TICs na educação escolar. Há um rico percurso de adequação das TICs ao processo de ensino-aprendizagem que apontam para outras grandes possibilidades de aprimoramento deste processo, possíveis de serem alcançadas em breve, sobretudo, para aperfeiçoar formas de estudo, de pesquisa, de elaboração de conteúdos e de novas formas de relacionamento e comunicação entre as pessoas. As TICs já vêm facilitando recursos de acompanhamento e avaliação, permitindo comunidades virtuais, “e-learning”, formas de publicar e divulgar estudos científicos, didáticos e a livre circulação de informações importantes, para mencionar apenas alguns aspectos significativos.
Já existem vastas possibilidades de se aprender através da comunicação online, mas como também ocorreu nas formas tradicionais de ensino, as TICs, oferecem de tudo, do ótimo ao mais perverso e anti-social: pirataria, pornografia, informações falsas e enganosas, estimulação ao bullyng, a preconceitos raciais, a negócios fraudulentos, a transgressão de regras, a abusos de toda ordem e à indução de vícios degradantes.
O bom senso certamente irá impor-se a fim de que escolas e professores não fiquem a mercê de uma função secundária do seu valioso papel socializante e não fiquem delimitados a meros aplicadores de pacotes de consumo e a serviços de tutoria, sem consciência crítica a respeito das origens, dos avanços e dos prognósticos das TICs.

BIBLIOGRAFIA
ANJOS, Juracy. Educação e Tecnologia: uma aliança necessária. Disponível em: http://www.overmundo.com.br
BARRETO, Raquel Goulart. Tecnologia e Educação: Trabalho e Formação Docente. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22617.pdf
BEPPLER, Adalberto Matias et alii. Educação e Tecnologia (proposta curricular). Disponível em: http://diaadiaeducacao.sc.gov.br
CARVALHO, Kassandra Brito de. Implicações das TICs na educação. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br
CHAVES, Eduardo C. Tecnologia na Educação. Disponível em: http://chaves.com.br
DEMO, Pedro. TICs e Educação. Disponível em: http://pedrodemo.sites.uol.com.br
INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO EDUCATIVA. O desfio das TICs na educação. Disponível em: http://www.oei.idietics.org
MACIEL, Gizélia Bertoldo. A tecnologia e a educação na sociedade moderna. Disponível em: http://www.slideshare.net   
MIRANDA, Guilhermina Lobato. Limites e possibilidades das TIC na educação. Disponível em: http://sisifo.fpce.ul.pt 
MORAN, José Manuel. A integração das Tecnologias na Educação. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/integração
 SELWYN, Neil. O uso das TIC na educação e a promoção de inclusão social: uma perspectiva crítica do Reino Unido. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v29n104/a0929104.pdf




[1] Texto também disponível no site das Faculdades La Salle de Lucas do Rio Verde-MT.
[2]  De acordo com o Instituto para o Desenvolvimento e Inovação Educativa: “Em uma sociedade em que produzir e consumir informações e bens culturais depende, em grande medida, do acesso e da proficiência em tecnologias da informação e da comunicação em diversas facetas, é natural, e mesmo desejável, que os sistemas educativos operem também uma revisão de paradigmas, pressupostos e procedimentos”. Disponível em: http://www.oei.idietics.org
[3][3]  Neil Selwyn observa com muita propriedade que “há, portanto, um perigo em imaginar que as TIC podem, de algum modo, impelir as pessoas a desenvolverem padrões de comportamento e tipos de atividades profundamente novos. Contudo, essa lógica, está no cerne da grande parte do atual debate sobre inclusão digital”. (http://www.scielo.br/pdf/es/v29n104/a0929104.pdf , p.18
[4]  Segundo Guilhermina Lobato Miranda, “Parte da educação das novas gerações tem de ser conservadora, isto é, tem de passar o testemunho e o conhecimento construído pelas gerações anteriores. Os conhecimentos disciplinares são a condensação exemplar do esforço e talento humanos... Além de saberem usar a tecnologia saibam e tenham sobre ela um discurso informado e racional.” (http://sisifo.fpce.ul.pt )
[5]  Guilhermina Lobato Miranda destaca que “A aprendizagem é um processo re-(construtivo), o que significa que os alunos constroem os novos conhecimentos com base nas estruturas e representações já adquiridas sobre os fenômenos em estudo e que devem estar cognitiva e afetivamente envolvidos no processamento da nova informação”. (http://sisifo.fpce.ul.pt )
[6]  Sobre isso, Neil Selwyn enfatiza: “O que nos preocupa, aqui, é a facilidade com que grande parte do falatório, sempre cheio de expectativas em torno do uso das tecnologias, ignora a realidade ‘brutal’ do uso contemporâneo das TIC, especialmente o papel crucial das preocupações de empresa e comércios globais na estruturação e uso da tecnologia. Independentemente do potencial das tecnologias, as questões do aumento de emancipação, inclusão e participação pública, graças às TIC, não predominam no desenvolvimento comercial do uso da tecnologia ao qual a maior parte dentre nós está submetida, uma vez que as preocupações giram muito mais em torno de questões de lucro, pontos de audiência e ‘tempo de permanência’”. (http://www.scielo.br/pdf/es/v29n104/a0929104.pdf, p.18 )
[7]  A este respeito Pedro Demo salienta que “de fato a muitos educadores incomoda a pretensão por vezes lançada em ambientes tecnológicos de varrer a didática docente e com ela a própria escola, como se as tecnologias resolvessem tudo sozinhas... nem tudo são flores, é claro. A internet sofre pressão violenta de privatização, porque na sociedade eurocêntrica, liberdade é confundida com liberalismo de mercado”. (http://www.pedrodemo.sites.uol.com.br )
[8]  Kassandra Brito de Carvalho destaca que “as TICs, ao mesmo tempo em que fazem grandes potencialidades de criação de novas formas mais performáticas de mediatização, acrescentam muita complexidade ao processo de mediatização do ensino-aprendizagem, pois há grandes dificuldades na apropriação destas técnicas no campo educacional e em sua ‘domesticação’ para utilização pedagógica. Suas características essenciais – simulação, virtualidade, acessibilidade e superabundância e extrema diversidade de informações – são totalmente novas e demandam concepções metodológicas muito diferentes daquelas das metodologias tradicionais de ensino baseadas num discurso científico linear, cartesiano e positivista”. (http://www.portaleducacao.com.br )

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