sexta-feira, 26 de junho de 2015

Ecologia humana



Numerosas organizações,
Espalhadas pelas nações,
Gastam dinheiro e saliva,
Pela fauna e a flora viva.

Menos dedicação recebe,
Quem é da humana plebe,
Pois, o deus do mercado,
Nega o seu vasto legado.

Importa o brilho reluzente,
Mesmo que seja indecente,
Da apropriação exaustiva,
E, da aparência obsessiva.

Tantos humanos fadados,
A morrer mudos e calados,
Sem sequer mamar o leite,
E sem uma voz que deleite!

Outros relegados à inanição,
Vítimas de tanta espoliação,
Sequer podem saciar a fome,
E inalam torpor que consome.

Fadados para desaparecer,
Nada conseguem arrefecer,
Ante ricas elites insensíveis,
Que geram tantos desníveis.

Menos amados que animais,
E, negadas porções frugais,
Precisam comprar atenção,
Na cruel crise de contenção.

O planeta seja necessário,
Sem apanágio temerário,
E que humanos negados,
Deixem de ser ignorados.





quarta-feira, 24 de junho de 2015

Um toque em favor da vida



Em muitos momentos da vida, o simples gesto de um toque de mão, nos ombros ou na cabeça, fala muito mais do que longas e grandiloquentes conversas. Ao lado do poder terapêutico, o gesto, quando acompanhado por motivações de fé, certamente se torna mais contagiante para uma merecida reação de confiança.
Nos muitos apelos a milagres, nem sempre subjaz real desejo de mudança de vida. Por isso, facilmente se pede ação imediata e mágica, mas, se rejeita qualquer possível hipótese de conversão que possa implicar em processo de paulatina melhoria de vida e de saúde.
O discurso religioso de nossos dias deixa evidente que muitas pessoas vinculadas à religião, não são necessariamente pessoas de fé em Jesus Cristo. Sua falta de fé fica especialmente notória pelo rigorismo de certos ritos e o moralismo petulante de pretender dirigir a vida dos outros.
Nas narrativas do evangelista Marcos (5,21-43) sobre a incredulidade dos discípulos e sua nítida falta de confiança em Jesus, descreve-se um episódio de uma mulher, que, sofrendo de uma hemorragia, mas, movida por efetiva confiança de que Jesus tinha poder de curá-la, valeu-se até de um procedimento aparentemente ilícito de tocar às escondidas na sua túnica, porquanto via nisso o suficiente para despertar um processo de cura. Jesus, ao perceber o gesto, declarou com bondade que a fé estava salvando esta mulher. Enquanto os discípulos preferiram justificar o anonimato da multidão, e ignorar o gesto da mulher, que via em Cristo um caminho de acesso a Deus, Jesus mostrou-se atencioso com esta mulher. Segue-se logo outro episódio: um homem, chamado Jairo, também revela confiança em Jesus, pois, mesmo na situação de uma grande perda, estava velando sua filha morta. Estabeleceu-se, imediatamente, outro gesto marcante de Cristo, pois, a confiança de Jairo recebe atenção, enquanto que os demais, sem confiança, nada constataram porque eram incrédulos.
Afinal, o que seria possível de ser feito diante de incrédulos? Jesus mandou-os para longe, pois, a revelação de Deus, tampouco seria reconhecida por eles. Como no gesto efetuado diante da sogra de Pedro, Jesus, através de um toque, fez a moça levantar-se. Se os afamados homens de Deus, muito conceituados desde séculos, Elias e Eliseu, teriam reavivado pessoas consideradas mortas através de uma série de rituais, Jesus, na maior simplicidade e com apenas um toque de mão, mostrou eficácia maior da parte de Deus do que os antigos profetas de Deus.

Se Deus nos interpela para a vida e não para a morte, a confiança em Jesus certamente constitui caminho mais eficaz do que o da incredulidade. Também o toque pode ser mais eficiente do que muitos gritos, berros, controles autoritários e exorcismos.

O testemunho



Palavras tanto acobertam,
E falsas, em nada alertam,
Sobre os riscos ao coração,
Da distorcida manipulação.

Utilizadas para muito seduzir,
Amarradas ao muito produzir,
Conseguem esconder os fatos,
E obscurecer edificantes atos.

Destituídas da ação calmante,
Priorizam o poder impactante,
Que encobre o estado interior,
Sob os ares de influxo exterior.

Na capacidade de perscrutar,
Os novos caminhos a encetar,
Importa mais o modo de agir,
Que fluente conversa a iludir.

Ainda brilha o agir altruísta,
Mais benéfico que o egoísta,
            Pois, gera ampla motivação,
Para elevar alma e coração.

No ardente elã compassivo,
Gera-se o pendor remissivo,
Capaz de integrar o passado,
E todo seu intrépido legado.




quinta-feira, 18 de junho de 2015

O fulcro da lida



No jogo do ar, requebrado pela lingueta,
Emergem os signos da linguagem careta,
E na extrapolação da função mensageira,
Entra no ar uma vasta falação linguareira.

Quando o exterior povoa a interioridade,
Imperceptível se torna qualquer maldade,
Mas a maledicência se torna linguaruda,
E rola bem mais que negociação parruda.

Quando a mentira passa a ser assimilada,
Como justa encobridora da ação velada,
Permite justificar toda conduta maldosa,
E escarnece de qualquer ação bondosa.

Na busca de sustentáculo mais decente,
O ideal de antiga sociedade decadente,
Aponta o conhecer-se como importante,
Para erradicar estúpida guerra diletante.

Na decência das linguagens do coração,
Recria-se o antídoto de tanta confusão,
Que enleva a singeleza da honestidade,
Ao reluzente e fúlvido ar de santidade.









quarta-feira, 17 de junho de 2015

Fé e multiplicação de dogmas



            Assusta constatar o quadro religioso em que hábitos, nem tão prolongados e rotineiros, acabam transformados em procedimentos dogmáticos e levam a discursos categóricos para exigir a impecável observância destas normas, que, nem mesmo são oficiais na Igreja. A impressão é a de que ter fé, significa submeter-se a certos detalhes de ritos exteriores. Nesta condição, a proposta de Jesus Cristo vira secundária e irrelevante como caminho redentor.
            Na aparente segurança das exterioridades, subentende-se que a ação de Deus é certa e garantida, mas, diante de qualquer pequena dificuldade, aparece o pânico e a automática cobrança de que a ação redentora de Cristo não está sendo eficaz.
            O episódio bíblico narrado por Marcos (4,35-41) mostra como nas andanças de Jesus de Nazaré, apareciam reações muito variadas, sobretudo, quando encontravam algumas dificuldades: do entusiasmo à dureza de coração, da ironia à incredulidade; no entanto, diante dos sinais de Jesus sobre a manifestação da maldade, mostravam-se incrédulos e céticos.
            Quando a agitação das ondas do mar, - símbolo das dificuldades da vida no seguimento de Cristo, - levou ao balançar do barco, seus discípulos sequer reconheceram, no procedimento de Jesus  acalmar o ambiente, um sinal da ação de Deus, mas, souberam apresentar-lhe um vasto conteúdo de lamúrias.
            No meio do pavor, os discípulos ousaram repreender a Jesus, por sentirem medo de afundamento do barco, diante das ondas agitadas, e por perceberem que ele dormia despreocupado. Para Jesus, no entanto, a fonte dos medos certamente não representava nenhum motivo de inquietação, mas, mesmo assim, acalmou o presumido o espírito imundo da agitação dos discípulos. Eles, todavia, simplesmente se calaram. As antigas crenças supersticiosas de que Leviatã teria capacidades nocivas nas águas dos mares, e, por efeito de maus espíritos, levara os discípulos a desnecessários medos. Estes, sequer aguçaram a sensibilidade de perceber a serenidade que Cristo lhes passava a respeito destes medos.
            Mesmo andando com Cristo no barco, os discípulos não tiveram fé na sua capacidade de manifestar algo de Deus. Se hoje as ondas não são, nas praxes de tantas piedades religiosas, as dos mares, mas, aquelas dos valores culturais muito diversificados e das dificuldades de travessia diante dos impasses na convivência, os muitos dogmas de exterioridades formalistas, com certeza, mais ajudam a facilitar pânicos e pavores do que calmarias de entendimento.

            A pergunta de Cristo aos apavorados do barco, - se ainda tinham fé, - certamente questiona na radicalidade uma prática religiosa de muitas afirmações, e, de bem pouca experiência de solidez. E, quando tudo parece desandar, ainda se atribui a culpa a Jesus ou a Deus, como se fossem responsáveis pela inoperância diante dos seus deveres obrigatórios de atenção e desvelo. A capacidade de reconhecer em Cristo o poder de Deus, provavelmente implica mais em modos de proceder do que em maneiras de explicar o que é e o que não é dos conteúdos dogmáticos.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Leis



Tantas são as humanas leis,
Que não melhoram as greis,
Mas favorecem os autores,
E os pretensos aplicadores.

Feitas para obter vantagem,
Facilitam ampla chantagem,
Para que sejam observadas,
Mesmo sendo indesejadas.

Querem estabelecer ordem,
Apesar do fito da desordem,
Para garantir os privilégios,
E os intentos nada egrégios.

No desvario do legalismo,
Levam outros ao abismo,
Com o constrangimento,
De mordaz atrevimento.

Observá-las para perder,
E facilitar espúrio poder,
Distancia reta igualdade,
E alarga vil deslealdade.

Se destituídas de justiça,
As leis indicam a cobiça,
E sem promover a vida,
Causam lida denegrida.

Sem o espírito do dever,
Fenece todo enternecer,
Movedor de compaixão,
Da grandeza do coração.





sexta-feira, 12 de junho de 2015

Fé de conquistas



Na emergência regular de intuições messiânicas,
Salientam-se grupos de demonizações satânicas,
Que ambicionam conquistar os divinos méritos,
Através da piedade exterior de tempos pretéritos.

Na centralização da tradição de jejum e penitência,
Brigam apaixonadamente e com fanática renitência,
Para insinuar seu modo de ser como único adequado,
Da instauração do Reino de Deus com seu rico legado.

Outros, mais afoitos e fitados nos amplos privilégios,
Lutam e procuram conquistar à força de sortilégios,
Um lugar proeminente e hegemônico do reino novo,
Na suposição de assegurar redenção ao sofrido povo.

Enchem-se de ares apocalípticos e de previsões trágicas,
E fazem das devoções exteriores de mediações mágicas,
O apanágio superior das manifestações da ação divina,
Apesar de levarem vida superficial, mesquinha e cretina.

Em quase nada se sensibilizam para mudar suas rotinas,
Mas esperam do formalismo exterior especiais propinas,
De divinas graças pelo sustento do seu modo apologético,
Mas perdem de vista todo horizonte do humilde agir ético.









quinta-feira, 11 de junho de 2015

Bondade



Na ausência de bons referenciais éticos,
Quando já nem atraem versos poéticos,
Aponta-se o ideal sufocante da riqueza,
Como único a expandir atraente beleza.

Na obsessão de posse que engole o vital,
Morre todo egrégio campo sentimental,
E o bom, sem o procedimento virtuoso,
Anula a potencialidade de ser generoso.

Da linguagem do coração acima da lei,
Ficou só uma saudade da humana grei,
Capaz de superar os perfis mesquinhos,
Dos obstinados em ser felizes sozinhos.

Como é bom ainda saudar perseverantes,
Que revelam firmeza diante dos errantes,
E não sucumbem nas provações adversas,
Pois a solidez lhes aponta luzes diversas.

Quando o bom ainda enseja no virtuoso,
O segredo que o deixa mais harmonioso,
Continuamos a sonhar com tal referente,

Capaz de perscrutar rumo mais decente.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Obsessão por resultados imediatos



Nosso tempo está marcado por uma obsessão compulsiva por resultados e espera-se que estes sejam imediatos. O hábito da comunicação rápida e instantânea leva ao esquecimento da milenar característica humana de um ritmo lento e vagaroso, em que tudo requeria muito tempo para o desfecho.
Basta lembrar os ciclos de espera em torno do plantio de lavouras: primeiro a preparação do solo, depois a semeadura; depois a longa espera para ver o nascimento das sementes; adiante, mais outra longa fase de acompanhamento atencioso em torno do desabrochar e posterior desenvolvimento das plantas, para enfim, esperar o momento oportuno da colheita e a sua conservação com vistas a assegurar alimento para mais um ciclo de um ano.
Esta pressa de nossos dias, talvez permita entender a forma doentia como se procura milagre, cura, e libertação instantânea. Na expressão do “vapt e vupt”, até de Deus se espera que seja imediatista diante dos pedidos feitos. O não atendimento imediato já é interpretado como recusa. Por isso, mais do que as antigas formas de rituais mágicos, hoje se explora à exaustão a cura e libertação mágica, como se Deus estivesse ocioso à espera dos intercessores mágicos para atende-los no mesmo instante do pedido. Na melhor hipótese pode-se esperar uma auto-sugestão de cunho meramente subjetivo.
Jesus Cristo quando iniciava seus discípulos sobre coisas acessíveis de Deus, não os iludiu com magia, mas, através de comparações, lhes mostrou que os sinais e mistérios do reino de Deus sempre envolvem um longo processo, tal como o dos discípulos que levaram uma porção de anos para perceber que o seguimento de Cristo implicava numa capacidade de assimilar sofrimentos e dificuldades.
A conhecida parábola do grão de mostarda (Mc 4, 16-24) mostrou que algo similar ao da semeadura da mostrada, era próprio do processo de conversão: a semente da experiência de Deus, no início quase imperceptível, e, tão pequena como a semente de mostarda, possui, no entanto, em si a virtualidade de desenvolver-se e de tornar-se arbusto capaz de acolher pássaros. Por conseguinte, não depende somente do desejo, mas da ação de Deus.
A historinha contada por Jesus servia de alerta para que seus ouvintes não se firmassem numa ideologia de um Deus ostensivo, poderoso, e de forças extraordinárias para mudar espalhafatosamente o sistema de vida implantado em Israel e no mundo, mediante o zelo dos fariseus e do formalismo legalista das orações exteriores daquele tempo.
Em outras palavras, convém a nós a pergunta: quem estaria acionando o crescimento da semente? Com certeza, nem o legalismo exterior, e, nem o pressuposto mágico de nossos dias, que na multiplicação de palavreado de intercessão, busca uma visibilidade enganosa para merecer o seguimento de presumidos discípulos. Mais do que popularidade e grande adesão ao zelo espalhafatoso dos milagres, convém perceber que, quem faz a semente crescer é Deus e não quem se considera milagreiro especial.

O importante certamente será um agir para semear coisas boas e, se temos fé, Deus é quem faz este reino crescer e produzir fruto, pois, pela evidência, o surgimento de frutos sempre demora a aparecer.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Bulício



Mergulhado na agitação ruidosa,
De uma potencializada polvorosa,
Não encontra o vivente a calma,
Para sentir os meandros da alma.

O silêncio dos raros momentos,
Aponta tantos outros eventos,
Que inviabiliza ao inconsciente,
Reger-se de modo mais decente.

Sobre os outros recai a falação,
Reveladora de vasta esganação,
Que encobre múltiplas vaidades,
E gesta as tantas animosidades.

Sobra vasta negligência interior,
Dissuadida pelo mundo exterior,
Que foge do âmago de si mesmo,
No disfarce, borbulhando a esmo.

Eleva-se então a imagem externa,
Para aparentar a condição terna,
De um mundo interior taciturno,
Submerso em marasmo soturno.



sexta-feira, 5 de junho de 2015

O novo profeta



Na dança do ritmo difícil de ser dançado,
Está o velho homem, vigoroso e simpático,
Surpreendendo e interpelando o cansado,
Para ir além do seu procedimento apático.

Quer que ninguém se limite a ser bajulado,
Nem fique príncipe, sobre honra assentado,
Mas, do evangelho um dinâmico missionário,
Para ser o porta-voz de um conhecido ideário.

Aos que já foram formados para nobreza,
Seu gingado deve acontecer na pobreza,
Para ajudar periferias existenciais da vida,
A participarem do centro da humana lida.

Para os tantos aferrados às suas vantagens,
Que não se dispõem para renovadas aragens,
Não sustenta a escora do falso corporativismo,
E nem o refúgio no confortável burocratismo.

A dança do profeta também requer alegria,
Que nada tem a ver com a falaciosa euforia,
E tampouco com tom fúnebre do cemitério,
Que desafina toda harmonização do saltério.

A dança do profeta aponta um referencial,
Não o de um êxito econômico exponencial,
Mas o do humanitário e respeitoso diálogo,
Para reavivar os efeitos do antigo decálogo.




quarta-feira, 3 de junho de 2015

Demonização da adversidade



            Quando se foi preparado para um tipo de atividade, seja profissional ou religiosa, e, ao aparecer uma interpelação para deixar este modo de proceder e iniciar-se em outro diametralmente distinto, aparece, de imediato, a auto-defesa capaz de repelir a interpelação feita e de demonizar quem a emitiu.
            Assim podemos entender críticas ao nosso Papa Francisco, por amplos setores de padres e leigos, e podemos entender porque Jesus começou a receber ameaças dos escribas e até dos seus parentes: simplesmente não admitiam que lhes apontasse um caminho messiânico diferente daquele que estavam acostumados a pensar e a pregar. Como Jesus foi condenado por estar possesso pelo demônio por apontar possibilidades de vida para além daqueles hábitos oficializados, o Papa Francisco vem sendo duramente atacado porque convida a romper com o quadro estabelecido de um imagético religioso mais próximo da ornamentação principesca do que da missionariedade apontada por Jesus Cristo.
            O empenho do Papa para trazer periferias humanas, tanto de pessoas, de grupos, quanto de países, para o centro das grandes preocupações, leva muita gente a defender seus privilégios corporativistas e a esquece literalmente o evangelho, para efetuar um  acirrado combate com a inevitável demonização do Papa ou de quem tenta aproximar-se do Evangelho. Sustentam que é preciso evadir-se da perversa ação diabólica (que separa, divide e afasta) tudo o que possa questionar um status estabelecido.
            Tudo bem que a interpelação do novo assusta. No entanto, não justifica qualificar quem é coerente com o Evangelho a ponto de exorcizá-lo como sendo um agente do demônio.
O quadro religioso do tempo de Cristo havia classificado anjos e demônios e estabelecera que demônios eram anjos decaídos. Sentia-se, com tal atribuição, no direito de desclassificar os gestos e procedimentos de Jesus Cristo, através da afirmação de que estavam sendo feitos em nome do pior demônio. No entanto, como aparece no Evangelho de Mc (3,20-35), Jesus fez os escribas perceber que o procedimento deles é que, na verdade, se constituía nesta perversa ação diabólica.

Jesus manifestou misericórdia, mas, disse que não seria perdoável a maldade de perseguir a quem estava implantando a bondade entre os que se orientavam no jeito de Jesus: tal perseguição, sim, era literalmente diabólica! Vemos, pois, que muita demonização feita em tantas pregações religiosas pode estar ocultando uma efetiva e eficaz ação demoníaca de quem defende suas vantagens conquistadas ou suas presumidas funções nas seguranças estabelecidas, mas que divide, confunde e desintegra.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Afã infantilizador



Amplamente repetido na mídia religiosa,
Está um discurso categórico e imperativo,
Que induz multidões na insinuante prosa,
A aceitar ordens vindas do locutor ativo.

Insiste nas palavras que devem ser repetidas,
Para o alcance das promessas subentendidas,
Mas, na infantilização da grande assembleia,
Não lhe permite expressar sua própria idéia.

Prende participantes ao simpático animador,
Que promete caminho mágico contra a dor,
Mas, alenta uma espera inativa e resignada,
Que não livra a causa da vida tão desandada.

Gera entusiasmo, vasto consumo e fanatismo,
Tudo a contribuir para o próprio diletantismo,
De se sentir condutor de vastidão de adeptos,
Apesar dos resultados pífios e frutos ineptos.

Bem menos colorido nas vistosas roupagens,
E um conteúdo mais sólido nas mensagens,
Certamente lograria aparato menos loquaz,
Mas, um efeito muito mais prático e eficaz.




<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...