Apesar do desrespeito à natureza,
Ela ostenta rica e inaudita beleza,
E se alguns fenômenos são cruéis,
Os demais oferecem fartos vergéis.
A ação humana que causa poluição,
É também a que gera a destruição,
E desequilibra os milenares ajustes,
Com seus desrespeitosos embustes.
Alienados da dependência da Terra,
Ambicionamos tudo quanto encerra,
Para vasão de obcecada precedência,
Sem devolver a menor benemerência.
Ao lado de tantos lugares denegridos,
Vegetam pobres ignorados e perdidos,
A mostrar a cruel ambição de poucos,
Que reduz os outros a meros amoucos.
Carecemos de cordialidade com a
Terra,
E que a política que seu fluxo
emperra,
Encontre motivação menos ambiciosa,
Para uma relação muito mais generosa.