Para alguns amigos próximos,
Augúrio de alentos máximos,
Sob o simpático “feliz natal”,
Pouco lembra o sobrenatural.
Como saudação corriqueira,
Para a festividade fagueira,
Fica de lado triste memória,
De um nascituro sem glória.
Perversidade de um Herodes,
Segue cantando as suas odes,
E matando inocentes pobres,
Como se fossem atos nobres.
As Faixas de Gaza do planeta,
Sem o lugar para a trombeta,
Clamam nos silêncios mudos,
Contra os arrogantes sisudos.
Sob deus da glória mandante,
A razão da chegada visitante,
É a dos desumanos armados,
Massacrando pobres calados.
Poucos magos desviam rota,
Para evitar mortífera derrota,
E seguir estrela de bom-senso,
Para diminuir o triste dissenso.
Aniversário de pobre menino,
Distorcido do sentido genuíno,
Sob festa de ingestão mórbida,
Difunde a lida humana sórdida.
Como festar exultante alegria,
Sem um lugar para a harmonia,
Entre canhões, metralhadoras,
E tantas armas intimidadoras?
Sob a luz de um mínimo juízo,
Procurar novo jeito de paraíso,
Remete a um exemplo de vida,
Para convivência enternecida.
Longe do romântico presépio,
Sonho dum mundo sem ópio,
Ainda encontra amparo feliz,
Para trato, com sinais gentis.
Do antigo nascimento triste,
Refaz-se política que insiste,
Em crer no deus das posses,
A abençoar os atos atroces.
No encanto pelo deus sol,
Poder valente em arrebol,
A noite escura de um ser,
Abriu a luz do enternecer.