quarta-feira, 18 de outubro de 2023

ÓDIO ECUMÊNICO

 

Tão visível e endêmico,

O organismo sistêmico,

Toma o rumo contrário,

Do religioso itinerário.

 

Boa aposta em diálogo,

O estranho monólogo,

Não gesta entusiasmo,

No hodierno marasmo.

 

Nos fundamentalismos,

E radicais extremismos,

Religiões parindo ódio,

Proliferam no repúdio.

 

Para vencer o inimigo,

Imputam largo castigo,

E em nome dum Deus,

Sem sabores camafeus;

 

Com ódio e perseguição,

E raivosa procrastinação,

Querem eliminar inimigo,

E obriga-lo ao desabrigo.

 

Sob a voz da sua batalha,

Não submisso, é canalha,

A merecer duro inferno,

Para tempo sempiterno.

 

Ao casarem fé com fuzil,

E pregação com esmeril,

Sentem-se autorizados,

A matar estigmatizados.

 

Longe dum ecumenismo,

Cultivam sádico cinismo,

Sem visar reciprocidade,

Ou respeito à alteridade.

 

Assim o crime e religião,

Pactuam a estável união,

Contra diálogo e escuta,

Para impor a força bruta.

 

O olhar e a palavra dura,

Desprovido de candura,

Incita contra um inimigo,

Visto como pérfido imigo.

 

 

 

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