Como deus
cananeu adorado,
Em
majestoso touro dourado,
Em reino
de prazer e vaidade,
Cultua-se
o corpo à saciedade.
O poder
superior da divindade,
Aponta
para toda a sociedade,
Que altar
do capital absorvido,
É auge do
herói bem-sucedido.
Sob a
prosperidade do dinheiro,
Todo
negócio ilícito aventureiro,
Na graça
do oligopólio da mídia,
Constitui
a abençoada perfídia.
Profetas
disputam e negociam,
Com
dinheiro que reverenciam,
A
felicidade plena do consumo,
E o
entretenimento sem rumo.
O
imagético do sagrado superior,
Não
requer a qualidade interior,
Mas a
astúcia para bom negócio,
Que
permita máximo lazer e ócio.
Indiferença
atinente à vida alheia,
Oferece
um segredo de divina teia:
Fazer
sonhar com incrível consumo,
E levar
todos no idolátrico aprumo.
A
santidade máxima do automóvel,
Se alarga
no contínuo sonho móvel,
De um
carro novo mais sofisticado,
Para
graduação no âmbito sagrado.
Por isso
o planeta morre entulhado,
De carro
novo e velho por todo lado,
Mas, que
prenuncia um fim fatídico,
Da ilusão
infeliz de sonho inverídico.
Restam
loisas sobre vidas alienadas,
Que frias
pedras deixam soterradas,
E que o
deus adorado e tão dourado,
Deixou a
sina da morte sem legado.