Velho tem que ir para a eira,
E ser considerado na rabeira,
Pois o seu passado não conta,
E para nenhum rumo aponta.
Tanto adorador do presente,
Se fecha ao futuro diferente,
Uma vez que quer perpetuar,
E só este presente prorrogar.
Protegidos nos condomínios,
Alargam seus vastos domínios,
E frequentam ambiente seleto,
Nada modesto e nada discreto.
Não querem mudança em nada,
Nem na população consternada,
Pois importa salvar o seu status,
Com as regalias do seu habitus.
Cristãos odeiam Igreja em saída,
E não toleram nenhuma medida,
Que possa requerer uma partilha,
Ou que ameace a segura cartilha.
Quaisquer mudanças das regras,
Vistas como perigosas desregras,
Negam um futuro pela repetição,
Do presente vivido na exaustão.
Largas saturações informativas,
Repetidas em falazes invectivas,
Fazem ignorar todo o passado,
E fecham eventual novo legado.
O excesso deste “aqui e agora”,
Realimenta medos de outrora,
Sobre a ação comunista cruel,
Que configura regra nada fiel.
Eterno presente absolutizado,
Cria o status quo privilegiado,
Para quem, todo enriquecido,
Quer fruir mundo guarnecido.