quinta-feira, 27 de julho de 2023

LUGARES E CONDIÇÕES IGNORADAS

                                                         

 

Velho tem que ir para a eira,

E ser considerado na rabeira,

Pois o seu passado não conta,

E para nenhum rumo aponta.

 

Tanto adorador do presente,

Se fecha ao futuro diferente,

Uma vez que quer perpetuar,

E só este presente prorrogar.

 

Protegidos nos condomínios,

Alargam seus vastos domínios,

E frequentam ambiente seleto,

Nada modesto e nada discreto.

 

Não querem mudança em nada,

Nem na população consternada,

Pois importa salvar o seu status,

Com as regalias do seu habitus.

 

Cristãos odeiam Igreja em saída,

E não toleram nenhuma medida,

Que possa requerer uma partilha,

Ou que ameace a segura cartilha.

 

Quaisquer mudanças das regras,

Vistas como perigosas desregras,

Negam um futuro pela repetição,

Do presente vivido na exaustão.

 

Largas saturações informativas,

Repetidas em falazes invectivas,

Fazem ignorar todo o passado,

E fecham eventual novo legado.

 

O excesso deste “aqui e agora”,

Realimenta medos de outrora,

Sobre a ação comunista cruel,

Que configura regra nada fiel.

 

Eterno presente absolutizado,

Cria o status quo privilegiado,

Para quem, todo enriquecido,

Quer fruir mundo guarnecido.

 

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