Uma milenar intuição bíblica,
Tornou-se referência pública,
Para acolher a ação bondosa,
Da nossa natureza amistosa.
Suposição do Espírito pairar,
Sobre água e vida a irradiar,
Lembrava interdependência,
Na Terra, sem a displicência.
Impregnados pela interação,
Humanos em procrastinação,
Romperam o vínculo sagrado,
Com mãe Terra e seu legado.
Ao invés do Espírito acolher,
Desejo doentio fez escafeder,
O equilíbrio da vida na Terra,
E biodiversidade que encerra.
Assimilou-se Espírito de Deus,
Com o poder divino de Zeus,
Para interferir e desequilibrar,
O que o Éden pudesse arridar.
Desfeita a interação simbiótica,
Afirmou-se a ambição psicótica,
Que devora pertença egolátrica,
E desajusta de forma despótica.
Sem capacidade contemplativa,
Endeusou-se a produção ativa,
De economia e largo consumo,
Que denegriu o humano rumo.
Culpamos a agressiva natureza,
Escondendo humana safadeza,
Para nos desincumbir da culpa,
E nos isentar na pífia desculpa.
Sem o espírito dos ecossistemas,
Endeusamos atos e estratagemas,
Da monocultura farta e rendosa,
Para saciar uma egolatria vaidosa.
Um Espírito que paira sobra águas,
Aponta tarefas inadiáveis e árduas,
Para equilibrar ação de água e terra,
Que hominídea ação tanto desterra.