quarta-feira, 23 de maio de 2018

ATOS VIOLENTOS




Ao lado da farta amabilidade,
Vicejam em larga saciedade,
Gestos agressivos e ferozes,
A culminar nos atos atrozes.

O prazer sádico da violência,
Veiculado sob a irreverência,
É o atestado bem ilustrativo,
De um potencial destrutivo.

Mais do que feras e panteras,
Os humanos em sutis esferas,
Revelam-se violentos e cruéis,
E ferem em múltiplos vergéis.

Causam danos físicos variados,
E estragam objetos e derivados,
Somente para ferir e prejudicar,
Sem oferecer algo para edificar.

Na estrutura social constituída,
Eclode a violência empedernida,
Que nas regras sócio-econômicas,
Fulmina pelas  ações ideológicas.

Também uma ciência presunçosa,
Ao lado de arte e crença religiosa,
Pode exercer uma tirania violenta,
Que nem o aliado capeta aguenta.

Na arma muito letal da violência,
Mira-se o simbólico da vivência,
Para ferir identidade e pertença,
E denegrir com diabólica ofensa.


































quarta-feira, 16 de maio de 2018

FOFOCAS




Doces como as frutas saborosas,
Atrativas como paixões radiosas,
Enfeitam o clima por toda parte,
Sempre com o inusitado aparte.

                                           No detalhe da última grandeza,
Está sempre a refinada sutileza,
De alguma suposição plausível,
A indicar um alcance indizível.

Cochichada no vão do ouvido,
A inverdade gera seu prurido,
Para mesclar fantasia ao real,
E tornar o fato muito surreal.

No anseio do muito desejado,
Cria-se o farto e belo legado,
De promulgações imaginárias,
Para façanhas extraordinárias.

O desejo fica bem misturado,
E produz o belo emaranhado,
Para uma história grandiosa,
Com perspectiva prodigiosa.

O apelo insistente ao segredo,
Bem acima de qualquer medo,
Indica todo o lábil argumento,
Que não assegura bom intento.

Nos olhares bem arrebitados,
Focados para todos os lados,
Brilha na frágil consistência,
Foco de nova inconsequência.

Persiste no vivente enganado,
O humor todo desengonçado,
A carecer de uma regulagem,
Para recriar inovada imagem.




sexta-feira, 11 de maio de 2018

MÃES



Existe termo de amplitude mais extensa,
Quanto o do rol da manifestação intensa,
Para arrolar o sentimento e o significado,
Que caracterize a mãe e todo seu legado?

Mãe de todo tipo e multifacetária marca,
Na vastidão que a linguagem não abarca,
Está viva e atua na imensidão de gestos,
Que vão dos atos sublimes aos doestos.

A grandeza dos sinais retidos na memória,
Atualiza as marcas de todo louvor e glória,
Mas também posturas e os gestos banais,
De quem aplicou critérios bem desiguais.

Nos tão translúcidos semblantes femininos,
Brilham desde os admiráveis traços divinos,
Até os gestos humanitários mais profundos,
Contra a maldade e todos os atos iracundos.

Ao lado das mães santas e tão sacrossantas,
Agem outras vulgares com baixezas tantas,
A afrontar a dimensão vital da maternidade,
Para realçar um mundo de mera futilidade.

Encantam as mães grandiosas e devotadas,
Que fascinam os maridos e filhos recatados,
Para o bom-senso de gestos humanitários,
E a adequada lida com os atos temerários.

Há mães com desvelo profundo pela vida,
E se doam à exaustão e com intensa lida,
Para gerar elã e superar tantos entraves,
Em sociedade tão repleta de erros graves.

Muitas mães cheias de sentimentos nobres,
Vencem discriminação de condições pobres,
E não apenas agem por dignidade e respeito,
Mas sabem enternecer seu próprio conceito.

Ao lado das muitas mães elevadas de amor,
Existem as movidas pelo intenso desamor,
Que arruínam pactos, lares e perspectivas,
Com as maldosas e interesseiras invectivas.

Bom mesmo é lembrar os gestos edificantes,
Que deixam tantos sentimentos edificantes,
Para que a marca da bondade e da ternura,
Vá gestando inovados caminhos de doçura.






quarta-feira, 9 de maio de 2018

MARKETING RELIGIOSO




É bom e satisfatório ser lembrado,
Mas o exageradamente mostrado,
Na ampla midiatização da religião,
Não produz efeito de boa opinião.

Muita oferta de produto religioso,
Além de revelar fito tendencioso,
Enquadra possíveis simpatizantes,
Em atrevidos grupos fanatizantes.

Grupos minoritários organizados,
Envolvem séquitos e fiéis legados,
Para o consumo de seus produtos,
Em distintos e devotados redutos.

A aferrada disputa por audiência,
Revela a guerra sem precedência,
Seja com festivais e mega-eventos,
Ou novelas dos religiosos intentos.

Na herança dos “crentes” seletivos,
Separada dos mundanos atrativos,
Sobrou a tradição fundamentalista,
Com a amada obsessão consumista.

Os discursos inflamados por milagre,
Escondem azedos ciúmes de vinagre,
Pelo alcance das maiores audiências,
E demonstração das benemerências.

O fiel vira um segmento do mercado,
Dentro da vulgar disputa de atacado,
Para tornar-se obcecado comprador,
Dos objetos contra males e toda dor.






sábado, 5 de maio de 2018

BUROCRACIA MIMETIZADA



Sob a aparente boa eficiência,
Pode ocultar-se a ineficiência,
Da lida com desgaste afetivo,
Que não oferece bom lenitivo.

A ordem da rara competência,
Vira fuga da efetiva aderência,
Para lidar com os desencantos,
E sucumbe em crise de prantos.

Outra forma bem enganadora,
De repercussão avassaladora,
É a do aumento de estruturas,
Para esconder muitas agruras.

Na excessiva cobrança das lidas,
Indicam-se as forças combalidas,
Sumidas de prolongados tempos,
A criar infindáveis contratempos.

No enganoso apelo a insatisfações,
Emergem descabidas provocações,
Que não acalmam contrariedades,
E sequer apontam boas novidades.

O reconhecimento da impotência,
Ao lado da efetiva incompetência,
Para continuar no controle da lida,
Requer aceitação da força esvaída.

Na constatação de precisar ajuda,
Sempre se encontra quem acuda,
Para indicar uma pista de alento,
Que encaminhe a novo momento.






quinta-feira, 3 de maio de 2018

VEREDICTOS VERECUNDOS





Tantas decisões emitidas em juízo,
Que causam tanto visível prejuízo,
Demonstram que nossa sociedade,
Segue muito distante da igualdade.

Veredicto da igualdade de direitos,
Oculta bem os sorrateiros defeitos,
Dos que estabelecem as sentenças,
Favoráveis às interesseiras crenças.

Sob uma lei promulgada pela elite,
Parece descabido qualquer palpite,
Mas os juízos conclusivos atestam,
Que estão além dos que contestam.

Sob a alteza dos ditos verdadeiros,
Promulgados como os derradeiros,
Resta sempre aos bem favorecidos,
A honra de resultados enternecidos.

Aos outros sobra forçada submissão,
Sem nenhum êxito e sem promissão,
E resignados esperar um fito divino,
Para amenizar a revolta e o desatino.

Os piores veredictos da malvadeza,
Nascem do ar superior de grandeza,
Dos presumidos da honra de cargo,
Que apenas agem para o embargo.

É muito raro e difícil de encontrar,
Alguém que possa agir e perpetrar,
Algo para o bem de outras pessoas,
E merecer as suas apreciações boas.






quarta-feira, 2 de maio de 2018

ACEPÇÕES ESTRANHAS




Com tantas raças e culturas,
E suas incontáveis diabruras,
Teria Deus cometido engano,
Para deixar tanto ser insano?

Nas afinidades interesseiras,
Veiculam-se pelas maneiras,
Sob as formas tão sensatas,
As bem ajustadas bravatas.

No simbolismo das palavras,
Com as bajulações macabras,
Transparece metalinguagem,
Que revela a malandragem.

O não dito é o que mais fala,
E com a rapidez se propala,
Para difundir a falsa notícia,
Que revela uma fina malícia.

Nos circunlóquios do olhar,
Percebe-se algo a antolhar,
Só para que não se constate,
Que está em jogo o disparate.

Saber que somos diferentes,
Possibilita deixar contentes,
Todos quantos na empatia,
Falam mais que a simpatia.

Revelam mundos possíveis,
E intuições novas incríveis,
Para sonhar com bondade,
Que ajuste a humanidade.







<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...