Vaidades adquiridas e cultivadas,
Juntadas à adoração da imagem,
Sob posturas éticas desandadas,
Endeusam aparência e roupagem.
Na ampliada divulgação do imagético,
Onde até enfeites de olhares seduzem,
Tudo brilha até mesmo o não estético,
Para destacar os adereços que reluzem.
Sob o ditame da necessidade de
encantar,
Mata-se todo o campo simbólico pela
raiz,
Pois nas muitas extravagâncias a ostentar,
Reluz doce ilusão de um estado bem infeliz.
Quando a imagem prevalece sobre a
causa,
O consumo e a imitação centralizam a lida,
E impedem sequer um momento de pausa,
Para administrar a interioridade
combalida.
Na centralização das ambíguas
aparências,
O pum-pum fica bem acima da
inteligência,
E, até na vulgar saturação das
indecências,
Tudo é difundido com a melhor
referência.
No anseio de uma comunicação efusiva,
Está o sonho de mensagens
significativas,
Muito marcantes e sem grotesca
evasiva,
Nem eivadas de muitas falsas
justificativas.