quinta-feira, 14 de julho de 2022

ONDAS HISTRIÔNICAS

 

 

Como antigos palhaços romanos,

No encenar farsas e desenganos,

Procedimentos bem exagerados,

Compram os afetos dissimulados.

 

A dramaticidade dos seus gestos,

Ultrapassa os limiares modestos,

E os atos exagerados e inflexíveis,

Revelam suas ambições passíveis.

 

Airosos pelo centro das atenções,

Maquinam inusitadas conjunções,

A revelar uma conduta inflexível,

Pelos holofotes dum lugar visível.

 

Fala teatral para chamar atenção,

Oculta sentimento de frustração,

E fragilidade do sentimento feliz,

Na alegre aparência se contradiz.

 

A carência de ser foco dos olhares,

Não firma os pés e os calcanhares,

Sobre serena e pacífica convivência,

Mas, na sedução para dependência.

 

Estratégia pela notável visibilidade,

Abafa a evidência da interioridade,

Para almejar a centralidade do olhar,

Sem as reais frustrações descortinar.

 

Na insuportabilidade do ficar de lado,

Ficam todo dia de humor incomodado,

Por não suportar indício de frustração,

Nem evidente e manifesta prostração.

 

A necessidade de ostentar aparências,

E de evidenciar-se com displicências,

Faz com que se tornem exibicionistas,

E conquistadores hiper oportunistas.

 

Superficialidade no avanço intimista,

Fruto da aparência furtiva e simplista,

Leva-os à fuga de compromissos leais,

Para viverem relacionalidades banais.

 

 

CLIMA E NEUROSE OBSESSIVA

 

 

Tanto transtorno de afetividade,

Leva a obsessões de saciedade,

E a cultivar desejos de domínio,

Fautores dum largo extermínio.

 

Na cega obstinação pelo poder,

Ambições por mandar e aceder,

Subjugam as pessoas e objetos,

Com rigores perversos e abjetos.

 

Aferrados numa rota de morte,

Já onipotentes da alheia sorte,

Petrificam a inércia das ações,

Para solidificar suas condições.

 

Exigem cumprimento rigoroso,

Com apelações e grito raivoso,

Contra eventuais ações reativas,

Frente às suas doidas invectivas.

 

Feitos tiranos sobre a vida alheia,

Violam direitos para a mão cheia,

E saturam de deveres opressores,

Para afastar possíveis sucessores.

 

Invadem toda intimidade alheia,

E afirmam a sua superior peleia,

Para incutir larga desinformação,

E refutar toda contrária opinião.

 

Escorados no que muda o clima,

Negam o estrago na obra-prima,

E nada fazem em prol do planeta,

Transformado nesta vil proxeneta.

 

Longe de gesto por saúde da Terra,

Estimulam saque e grito de guerra,

Para ocultar toda exaustão evidente,

E assegurar sua neurose onipotente.

 

 

 

 

 

 

 

 

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

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