terça-feira, 31 de maio de 2022

VIVER BEM

 


Com as tantas teorias já caducas,

Explicações fanáticas e malucas,

Arvoram-se no poder de mandar,

O que todos precisam demandar.

 

Nos detalhes para o caminho feliz,

O tapete macio dos segredos sutis,

Alardeia a prosperidade financeira,

Dádiva divina da bênção altaneira.

 

Não lembra aquela arte tão rara,

Tida como cega estupidez ignara,

De colher frutos da experiência,

Ante uma tão absurda evidência.

 

No vasto sofrimento denunciado,

Nada sensibiliza humano legado,

Para um humanismo sem guerra,

E duma interação que não ferra.

 

Na astúcia do variado “jeitinho”

Sempre pinta inusitado caminho,

Para os desejos mais audaciosos,

Com roubos mais inescrupulosos.

 

Muitas retribuições asseguradas,

Já não focam famílias agregadas,

Mas apontam um indivíduo feliz,

Empanturrado em bens que quis.

 

Somem emocionadas memórias,

Com histórias de lutas inglórias,

Ante pestes tão vorazes e letais,

E guerras doidas e hiper-mortais.

 

Raros sinais e gestos de empatia,

Ainda reavivam força da simpatia,

Para acreditar que senso humano,

Pode efetuar mais que desengano.

 

 

 

 

sábado, 14 de maio de 2022

SOB A RAZÃO ARMADA

 


Nesta desordem da ordem atual,

Evidencia-se constatação fatual:

Os iminentes ataques armados,

Resultam de motivos alarmados.

 

Com a razão pronta e autoritária,

Abre-se a motivação reacionária,

Para sufocar qualquer sinal audaz,

De insubordinação à ordem falaz.

 

Violações às regras estabelecidas,

Como direito a ações estarrecidas,

Levam a justificar fatos violentos,

Com arbitrários atos truculentos.

 

Quando posso e o outro não pode,

Estabeleço o clima no qual eclode,

Agressão e motivo de eliminação,

Por minúscula e fútil consideração.

 

Uma paz sob as ordens autoritárias,

Justifica as providências temerárias,

Com atrocidades e violações cruéis,

A insubmissos de perversos cartéis.

 

Velho sonho das armas derretidas,

Em arados para plantações sortidas,

Foge cada dia mais da configuração,

De uma cordialidade sem agressão.

 

O manejo dominador de uns países,

Enche o planeta de humanas crises,

De holocaustos, ditaduras e ofensas,

Sob o apelo de prestigiadas crenças.

 

A razão armada quer armas mortais,

E ameaça com as agressões frontais,

Distante dos lumes de misericórdia,

E da busca de convívio na concórdia.

 

Importa somente dinheiro e armas,

E nada valem as pessoas enfermas,

Pois domínio para impor hegemonia,

Está escorado por uma ambição fria.

 

Na aposta militarista contra inimigo,

Sempre aparece a razão de chamego,

Que incita à sua rigorosa eliminação,

Porque não acredita na fraterna ação.

 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

ETHOS INGOVERNÁVEL

 


No auge do poder das redes,

Como bem pintadas paredes,

As novas técnicas arroubam,

E cada dia mais nos roubam.

 

Na sua aparência, libertam,

E cada vez mais acobertam,

O controle até nos detalhes,

Do cotidiano pelos entalhes.

 

Ninguém quer ser governado,

Mesmo sob o massacre irado,

De psicopata afoito por poder,

Levando as regras a se eroder.

 

Governantes sem governados,

Geram terrores desabilitados,

E exploram mídia motivadora,

Da nauseabunda ação censora.

 

Ensurdecidos ante o corpo social,

Veiculam opiniões sem fundo real,

Para a aparência visível e notável,

De retidão com lisura inimputável.

 

Se indústria digital já mercantiliza,

Todo pobre ser vivente que desliza,

Monetiza até quem tem seguidores,

Para os seus tresloucados pendores.

 

As pressupostas redes de pertença,

Proliferaram tão enganadora crença,

De uma lealdade em larga profusão,

Mas fecha cada um em sua posição.

 

Tudo terceirizado na era de serviço,

Arruma desencontro e largo enguiço,

Pois mando sem súdito que obedece,

Só produz a relação que ensandece.

 

 

 

 

 

quinta-feira, 5 de maio de 2022

NUVENS DE PAVOR

 

NUVENS DE PAVOR

 

Na escalada da violência,

Ecoa humana indecência,

Que aponta para colapso,

De procedimento relapso.

 

Como a velha paz romana,

A aposta mundial insana,

Produz a arma da morte,

Para ter paz como aporte.

 

Guerra internacionalizada,

Afeta em larga debandada,

Amplo controle de opinião,

Para gestar submissa união.

 

Aumenta-se toda vigilância,

Contra possível discordância,

Que criminaliza um inimigo,

A merecer o mortal castigo.

 

O controle da opinião alheia,

Enjaula uma psíquica cadeia,

Para eclodir na fúria o ódio,

Com o incontrolável repúdio.

 

A propaganda justificadora,

Libera a ação demolidora,

Para eliminar o adversário,

O suposto inimigo falsário.

 

Bombardeios ideológicos,

Justificam os atos ilógicos,

De matar seres humanos,

Por intentos muito insanos.

 

Enquanto se fabricar arma,

Nada possível nos desarma,

Contra a hedionda matança,

Dos inocentes na lambança.

 

Guerras para testes bélicos,

Indicam desejos famélicos,

Da industrialização belicosa,

Como lídima fonte rendosa.

 

Matar outros para riqueza,

De acumulação na avareza,

Indica o colapso desolador,

Do humano senso superior.

 

Quando armas de destruição,

Esnobam a humana erudição,

Sobra esta indústria de morte,

Na rota do humano desporte.

 

 

 

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...