A memória de pessoas que nos
antecederam,
E apesar de todo desejo contrário
pereceram,
Move-nos na esperança da vida
transformada,
Sem o perpetuado ciclo da volta
reencarnada.
Na alegoria de sementes que se
transformam,
E seguem vitais nas formas que se
deformam,
Desejamos que a morte seja apenas
passagem,
Da vida que se alarga com inusitada
roupagem.
Se os limites fisiológicos não
permitem antever,
Tudo o que para além da morte possa
nos mover,
Acolhemos de Jesus o percurso de vida
apontado,
Que possa levar à plenitude o nosso
frágil estado.
Ao confiar neste indicativo para além
da morte,
Esperamos itinerário redentor como
novo aporte,
Que nos leve a uma felicidade
progressiva e plena,
Diante de tanta influência que por
aqui nos aliena.
No percurso da celebração de uma rica
esperança,
A morte irrompe numa cultural e
afetiva andança,
Mas não anula a comunhão efetiva da
companhia,
Nem a certeza de que o amor causa mais
harmonia.
Na memória de tantos entes queridos
que pereceram,
Aviva-se a esperança de que tudo o
que enalteceram,
Torne-os peregrinos na comunhão do
amor que redime,
E, na plenitude, libertos do humano
pendor que oprime.