sexta-feira, 30 de novembro de 2018

NOVO CÉU




Enquanto o céu envolvente é tão lindo,
Com indícios de que seu ciclo é infindo,
O outro dos fortes desejos suspirantes,
Antecipa discretas emoções vibrantes.

Simbolizado no melhor da existência,
Produz a inconformada irreverência,
Diante de tantas sensações gostosas,
Que lembram as interações valiosas.

Como a gestante em discreta alegria,
A espera demorada elimina a euforia,
Mas produz tempo fecundo de ações,
Com detalhes de calorosas intuições.

Renova-se tudo para o bom ambiente,
E a espera exultante já deixa contente,
Na antecipação da presença desejada,
Com a feição duma grandeza recatada.

Expectativa de melhores dias possíveis,
Irradia desvelo de momentos indizíveis,
Para dissuadir tanta mágoa pendente,
A ofuscar o grandioso céu envolvente.

O novo céu dos sonhos de fim de ano,
Pode induzir a um grande desengano,
E ser acalantado apenas por consumo,
Que desorienta a vida do bom rumo.






quinta-feira, 29 de novembro de 2018

A DEMORA




Já não se suporta o dia e a hora,
Se um anseio produzido demora,
Mais que o ritmo da informação,
Pois esperar produz a apreensão.

Antiga noção da espera fecunda,
Desencadeia satisfação profunda,
Na certeza que o húmus da terra,
Vitaliza o que a semente encerra.

Tantas esperas se tornam valiosas,
Muito mais que pedras preciosas,
Quando uma vida se complexifica,
E confirma o melhor que significa.

Uma espera que aguça a acolhida,
Acelera preparação enternecida,
Para fruir a riqueza tão desejada,
Com a presença muito almejada.

Esta espera dinâmica e prazerosa,
Põe a sensibilidade em polvorosa,
Para ajustar bom clima acolhedor,
A quem vem com seu rico pendor.

A bondade da presença solidária,
Recria de maneira extraordinária,
A certeza de que a rica presença,
Renova e inova toda boa crença.

A antevisão de futuro mais feliz,
Desperta premonição que prediz,
Que bem querer na vida humana,
Alarga a razão de ser que irmana.







quarta-feira, 28 de novembro de 2018

PUREZA E INTEGRIDADE




É maravilhoso estar com pessoas,
Que conseguem falar coisas boas,
E na translúcida expressão facial,
Manifestam pureza muito especial.

Seu modo de ser reto e honesto,
Longe do ar de controle funesto,
Não oculta maldade disfarçada,
Nem uma aparência disparatada.

Normais maldades no coração,
Não os embriagam de comoção,
Porque sem malícias e maldades,
Somente reagem com bondades.

O entorno de tantas espertezas,
E de corrupções sem inteirezas,
Acende o brilho de honestidade,
Com a sua ética de sobriedade.

Sob a maldade e malversação,
Elas irradiam pureza de coração,
E dançam com melódica alegria,
Numa lida que encanta e inebria.

Seu modo de ser é transparente,
E nele não age disfarce aparente,
Porque a retidão do seu proceder,
Irradia motivação a se arrefecer.

Quando o normal é ser corrupto,
Para um acenso rápido e abrupto,
A integridade sem maledicência,
É a condição vital de convivência.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

NA ROTA DO AMOR




O caminho tão sinuoso,
Geralmente pedregoso,
Para o rumo do interior,
Reclama força superior.

Disciplina e dedicação,
Implantam no coração,
A virtude da gentileza,
Que espalha a beleza.

Paciência e tolerância,
Derrotam a arrogância,
Ativam espiritualidade,
Para vida em saciedade.

 No mundo tão interior,
Está a morada do amor,
Que apruma e inebria,
A grandeza da alegria.

Ali somem as razões,
De proferir palavrões,
Com os atos agressivos,
Que se tornam nocivos.

Lá desejos obsessivos,
E planos compulsivos,
Acabam em modéstia,
De consistente réstia.

A meiga simplicidade,
Cria muita facilidade,
Para valorizar o amor,
Com enorme destemor.






sábado, 3 de novembro de 2018

APARÊNCIAS




Tão afoitamente procuradas,
E arduamente conquistadas,
Aparências movem mundos,
E produzem ódios iracundos.

No centro do altar honorífico,
Irradia-se o poder específico,
Desta procrastinada dinastia,
Que tudo quer e nada anistia.

Ao repartirem algo das sobras,
Visam tão refinadas manobras,
Da visível e aparente bondade,
Só como penhor da gratuidade.

Presumidas ofertas generosas,
Com boas referências elogiosas,
Dão ao poder o ar de ostentação,
Com visibilidade de consagração.

Distante da partilha do coração,
Arroga-se o belo ar de salvação,
E atrela multidões ao servilismo,
Com reputado e adverso cinismo.

Sem a partilha transformadora,
Pífia barganha da ação doadora,
Não melhora o nível da sociedade,
Nem reduz carências de saciedade.

Nas partilhas da vida enternecida,
A contingência humana enriquecida,
Verá  as transformações desejadas,
Sem as falsas promessas proteladas.




quinta-feira, 1 de novembro de 2018

LEMBRANÇAS VALIOSAS




Magnífico dia de fruir lembranças,
De pessoas amáveis nas andanças,
Que, após duras rupturas sofridas,
Persistem em marcas tão queridas.

Muito além das dores da saudade,
Aviva-se a bela e tão rica amizade,
Que forneceu sentido à existência,
E a engrandeceu de benemerência.

Os incontáveis gestos edificantes,
Com momentos muito marcantes,
Transbordam do baú da memória,
E animam a exuberância da glória.

Os inumeráveis momentos felizes,
Sequer ofuscam pequenos deslizes,
E povoam as esperanças agradáveis,
Para outras investidas memoráveis.

Na certeza de que honesta bondade,
Gestou boa edificação na sociedade,
Aumenta o sentimento responsável,
De não apagar sua memória amável.

Na comunhão feliz de muitos santos,
Brilha seu olhar de muitos encantos,
Como a luz irradiante na escuridão,
A indicar caminho de justa retidão.

As bem-aventuradas recordações,
Não cabem nos voláteis corações,
E precisam ecoar num alto clamor,
O alcance irradiante do seu amor.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

RECORDAÇÕES DE ALEGRIA




Na memória de entes queridos,
Bons sentimentos enternecidos,
Reativam suas fartas bondades,
E alegram as meigas saudades.

Ensejam tão preciosa avaliação,
Sobre seu humanitário coração,
E motivam a virtual capacidade,
De elevar a singeleza e bondade.

O ciclo vital tão curto e frágil,
Nem ofusca sua lealdade ágil,
Para muitos sinais grandiosos,
E gestos dos mais prodigiosos.

Sua memória não deixa triste,
Nem fere a culpa que persiste;
Pois lembra fito de qualidade,
Com larga elevação na idade.

No seu desejo de vida intensa,
Floriu a solidariedade imensa,
Que produziu gestos perenes,
E atos para memórias solenes.

Coisas boas que se eternizaram,
Em gestos que tanto irmanaram,
Só podem merecer a vida repleta,
Que a felicidade divina completa.

Na expectativa dum reencontro,
Em definitivo lugar de encontro,
Poderá a felicidade eternizar-se,
Num gracioso confraternizar-se.

Sem prever momento derradeiro,
Sobre o rumo do nosso paradeiro,
Poder recordar seu mundo vivido,
Aciona um sentimento agradecido.








sexta-feira, 26 de outubro de 2018

HERMENÊUTICAS AMBÍGUAS




Elevação do senso comum de povo sabido,
Produz um satisfatório e confiante alarido,
Que interpreta os vastos desatinos sociais,
E aponta para novas conquistas triunfais.

Pena que a hermenêutica não apresenta,
Uma lídima solução racional que sustenta,
Ação sensata diante de atritos e contendas,
E inteligente para evitar brigas tremendas.

A interpretação tão certeira das maldades,
Eleva a hipocrisia das prováveis bondades,
Contra as tragédias atribuídas a perversos,
Sem que mudem procedimentos adversos.

Enquanto a inteligência refinada repousa,
O necessário processo racional não ousa,
Acionar lidas benéficas para a sociedade,
E delega poder a ousados em deslealdade.

Se a inteligência supõe soluções eficazes,
Não ajudam as reverberações mordazes,
Que ampliam mal-estar entre os humanos,
Tampouco os livram de tantos desenganos.

Capim novo no meio das pastagens velhas,
Pode atrair como encantadoras groselhas,
E restringir-se a enfeite de bolo atraente,
Pois persiste interpretação inconveniente.








quinta-feira, 25 de outubro de 2018

INFLEXIBILIDADE COMPORTAMENTAL




O crescente radicalismo,
Impregnado de cinismo,
E nociva inflexibilidade,
Acua pela barbaridade.

No fluir da linguagem,
Espada da mensagem,
A bênção e a maldição,
Ecoam em contradição.

Na contingência negada,
A regra sai confirmada,
E gesta insensibilidade,
Na agrura da sociedade.

Regras e contingências,
Sem as benemerências,
Afirmam estereopatias,
De obcecadas simpatias.

Na sólida inflexibilidade,
Uma palavra de maldade,
Amplia dor e sofrimento,
Sem trazer algum alento.

Inferioridade dominante,
Compensa fito mandante,
Para uma ação inflexível,
Dum sofrimento irascível.

Afinal, na inflexibilidade,
Não conta tempo e idade,
Nem morte do ambiente,
Dissociado com a mente.




quarta-feira, 24 de outubro de 2018

LAMÚRIAS PEGAJOSAS




Já lanhado pelos golpes lamuriosos,
E espezinhado com os ares furiosos,
Queria tanto ouvir trelas edificantes,
Sem estas querelas choramingantes.

Igual a ganidos de cães incomodados,
Ouço o fragor de sujeitos esganiçados,
Que se ajuntam no alvoroço queixoso,
E difundem nos ares um clima raivoso.

Inflexíveis em argumentos categóricos,
Aumentam seus rompantes retóricos,
Para justificar o absoluto da sua ideia,
E convencer ignóbil e suposta plateia.

Todos devem corresponder ao desejo,
Que mobiliza o seu idolatrado ensejo,
E sua querela queixosa e lamurienta,
Fica bramindo igual à onda violenta.

Nos caudais da raiva bem projetada,
A lenga-lenga da impotência ejetada,
Cria os bodes expiatórios da maldade,
Para ocultar desejada arbitrariedade.

A culpa deslocada sobre adversários,
Justifica os argumentos necessários,
Para explicar as desgraças reinantes,
E importunas pretensões mandantes.

Queria tanto ouvir o abrandamento,
Que lenificasse o descontentamento,
E aplacasse o ódio semeado ao vento,
Que devora toda esperança e alento.

LOLAMANIA EM ALTA




Na exaustiva loquacidade mórbida,
Prenhe de muita apelação sórdida,
Alarga-se uma oratória do possível,
Para ocultar o evidente impossível.

Mais do que o desejo de persuasão,
Importa a bem obliterada obsessão,
De que o novo engendra felicidade,
Bem-estar com larga prosperidade.

Sem a memória dos ódios ativados,
Emergem e agem por todos os lados,
Desalentos com os anelos preteridos,
E, inoperância de discurso proferido.

Da loquacidade indutora de euforia,
Não advém nenhuma efetiva alegria,
Pois, volátil como nuvem passageira,
Deixa a maior massa popular na eira.

Fluem então mobilizações primárias,
Insensíveis às prescrições ordinárias,
A reproduzir velhas táticas de antanho,
Que agridem todo conhecido e estranho.

Na patologia das manhas de muita fala,
Insensatez que sem medida se propala,
Propugna um alto e requerido respeito,
E dispara tiro certeiro e mortal no peito.

A dignidade humana desejada a poucos,
Alimenta multidões de muitos amoucos,
Que ofendem, brigam, muito humilham,
Apenas por ideário alheio que partilham.

Na falada evolução do gênero humano,
Fica complicado aglutinar o agir insano,
Que semeia tanto ódio por mera paixão,
E, é inócuo para disseminar compaixão.






SENTIMENTOS FANATIZADOS




Na contingência da finitude,
Fala mais alto que a virtude,
Toda articulação fanatizada,
Duma ambição mimetizada.

O bom-senso e ponderação,
Atrelados à procrastinação,
Cedem lugar ao desrespeito,
Com ódio aflorado do peito.

Os bons valores da religião,
Viram discurso de ocasião,
E o efeito de boa educação,
Vira língua felina em ação.

Valiosas regras de respeito,
Perdem todo o bom efeito,
Pois a crueldade simbólica,
Ronda larga ação diabólica.

Insinuação contra o inimigo,
Engole todo histórico amigo,
E produz fantasias delirantes,
Com obsessões degradantes.

Num intenso ódio cultivado,
Cego da paz de novo legado,
Focam-se bodes expiatórios,
E fluem atos discriminatórios.

O ranger de dentes com ódio,
Apenas visa a honra do pódio,
Para mandar e ordenar a gosto,
O que a outros causa desgosto.

Na larga fanatização induzida,
A violência não será reduzida,
Pois tantos ódios despertados,
Ampliam milicianos revoltados.







<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...