quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Projeções sobre o modo de ser de Deus



            Um ditado popular, que seguidamente se escuta, é que “Deus não mata, mas castiga, ou achata”, especialmente, quando se julga alguém por maldades praticadas e lhe acontece alguma fatalidade ou doença inesperada.
            Moisés teria todas as merecidas condições para sentir-se bem castigado pelo que já tinha feito, envolvendo até mesmo uma prática de homicídio. Mesmo assim, percebe numa experiência hierofânica, diante das labaredas de um fogo, que Deus é presença bondosa e de diálogo. Deus não aparecera a Moisés nem para vingança, nem para condenação, mas, para convocá-lo em vista de uma realidade já experimentada por Abraão: uma presença animadora para a construção positiva de um caminho humano redentor (cf. Ex 3, 1-8.13-15).
 Moisés experimentou que Deus é alguém que dá dinamismo à ação e não alguém que é voraz, que mata e que se vinga. Assim, Moisés sentiu Deus como justo e, ao mesmo tempo, como fiel para acompanhá-lo no caminho da vida.
Ainda hoje, quando ocorrem catástrofes, acidentes ou outras fatalidades, com pessoas culpadas ou não, tende-se a deduzir que foi castigo de Deus. Jesus ao ser interpelado, sobre o que teria justificado uma grande matança de galileus, por parte de Pilatos, exatamente quando ia prestar culto a Deus no Templo, respondeu que não se tratava nem de castigo e nem de justificação. Mas, a interpelação daquele fato, constituía um convite incisivo a uma conversão para se evitar que tal tipo de procedimentos humanos viesse a repetir-se.
 Aquelas vítimas não eram nem mais e nem menos pecadoras do que as demais pessoas e, mesmo aquelas que interpelavam Jesus Cristo, mas, algo similar também poderia acontecer, a qualquer hora, sem uma mudança no modo de estabelecer interações humanas.

No alerta de Jesus estava igualmente uma dedução de que era muito importante produzir frutos de qualidade humana para melhor entendimento entre as pessoas. Pois a árvore infrutífera, em algum momento, poderia ser cortada.
 Portanto, mais do que estática pertença a grupos puritanos e de piedades exotéricas, sob a atribuição de já redimidos e salvos, ainda convém um necessário processo depurativo do modo de ser, a fim de que a misericórdia de Deus se revele. Existe uma esterilidade pior do que a reprodutiva que faz com que uma vida valiosa se torne improdutiva e estéril.

Sujeito oculto


Mesmo ocultado nas palavras das frases,
E suposto nas vírgulas, pontos e nas crases,
Vejo um pano preto ornado de badulaques,
A tentar esconder um vivente de achaques.

Conseguiu ludibriar e esconder os intentos,
Dos seus objetivos e reais planos portentos,
De abeirar-se do seleto patamar da nobreza,
E para refestelar-se na principesca grandeza.

Ungido para serviço de grandioso burburinho,
Encontrou na asséptica alvura de um colarinho,
O ocultamento dissuadido de conduta perversa,
Disfarçada até na beata meiguice da conversa.

Sob o ar angelical da lisura de uma veste sagrada,
Subjaz a ocultada motivação que tanto o degrada:
Valer-se de todos os meios que possam viabilizar,
O que suas fantasias orgiásticas permitem exalçar.

Sob o real ocultado consegue no apelo moralista,
Produzir um imagético exotérico-sensacionalista,
E prender-se a brogunciado e litúrgico rubricismo,
Como sendo a mais lídima essência do cristianismo.





terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Maldade humana


Muito já foi dito sobre o alcance da perversidade,
Indutora de maldades e de ferrenha adversidade,
Capaz de romper a lealdade de uma vida cordata,
Para implantar a larga e estúpida vida insensata.

Malefícios atribuídos às demoníacas sagacidades,
Dependem mais de astutas e cultivadas maldades,
Em torno dos interesses despertados e cultivados,
Do que da astúcia do mal e dos seus sutis enfados.

Sobretudo felina e mordaz é a maldade simbólica,
Que apela ao amor divino para revelar-se diabólica,
E emerge de sujeitos ocultados em pomposa veste,
 Mas, tão perseguidores quanto uma onça silvestre.

Em nome de fantasioso passado negam seu legado,
E arrostam execrada forma e condição de reinado,
Para assegurar os presumidos poderes superiores,
Dissuadidos em corporativas ideologias inferiores.

A demonização do distinto e do diferente é eficaz,
Para a patranha sutil que leva a difamação loquaz,
E garante rotina do privilegiado poder conquistado,
Que justifica o formalismo vazio como algo sagrado.






sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Alianças transfiguradoras de rosto e de vida



            Parece ser raro que alguém estabeleça uma aliança, seja política, comercial ou religiosa, sem claro interesse de outros alcances. Este interesse velado ou disfarçado tende, normalmente, a deixar alguém prejudicado ou lesado.
            Um olhar mais voltado para as reações humanas nos permite igualmente perceber que muitas pessoas, ao nosso redor, mudam seu semblante de um instante para outro e modificam radicalmente seu rumo de vida a partir de um simples pacto ou aliança: pode ser de namoro, de casamento, de opção por algum serviço, de organização de grupos, campanhas e movimentos.
            Algumas transfigurações de semblante são tão rápidas e encantadoras que parecem indicar, instantaneamente, a certeza do êxito e do sucesso. O emblemático personagem bíblico, Abraão, com medo diante do novo em idade já avançada, fez a experiência de que Deus iria acompanhá-lo. O contrato, um fogo passando entre duas partes de carne, fez com que Abraão mudasse seu modo de ser e de agir, partindo para um rumo novo.
Os discípulos de Jesus, numa experiência similar, ao encontrá-lo em oração, estranharam o rosto muito expressivo de Jesus, e, a partir daquela experiência, começaram a entender e a acompanhar outro êxodo, o de Jesus para Jerusalém, lugar da sua ressurreição. Este “nova” interpelação os fez agir de forma inusitada e progressivamente mais plena na condução da sua vida, apesar de momentos de vacilação, pois aquela aliança os fortaleceu com extraordinária capacidade de ampliar o projeto de Jesus Cristo.
A experiência do momento de oração ofereceu aos discípulos um arrebatamento, ou uma experiência hierofânica de radical transformação da vida. Experimentaram que Jesus era o filho amado de Deus, digno e merecedor de seguimento.
Nas duas situações, tanto a de Abraão como a dos discípulos de Jesus, revela-se um antecedente importante: estavam a caminho. Trata-se de um dado importante que pode indicar-nos uma mediação importante para experiências de transfiguração. Afinal, a transfiguração acontece quando se deseja ser melhor! Por outro lado, precisamos muito de visões transfiguradas para animar-nos no difícil caminho da fé em Jesus Cristo!


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Como entender o endêmico conservadorismo religioso?

João Inácio Kolling[1]

Sinopse: O surto do conservadorismo de nossos dias se deve eminentemente ao quadro social de possíveis mudanças e com a eventual possibilidade de afetar as instituições tradicionais. Para justificar a busca de excelência e de supremacia, emerge o apelo a um tempo fantasiado, em que os ditames divinos oportunizaram, através das instituições, especialmente Estado e família, uma normalidade de vida, a ser desejada para o bem-estar do nosso tempo.
            A sensibilização, perante produção e ampliação dos medos diante do que pode acontecer, leva o conservadorismo a formas mórbidas de pretensões salvacionistas, mediante defesa categórica a institucionais tradicionais.
            O extraordinário arrebanhamento em torno do discurso religioso conservador é assegurado, sobretudo, pela sugestiva apelação à maciez do conforto na vida: sentir bem-estar.

Palavras-chave: Tradição fantasiada – normalidade institucional – complexo messiânico – medos - poder.

 Preâmbulo
           
A emergência de expressivo número de clérigos, seminaristas e lideranças de movimentos leigos na Igreja, com rigores integristas e com discurso altamente conservador e fundamentalista, inquieta pela rapidez e pelas dificuldades que desperta na ação pastoral das dioceses. Impressiona, sobretudo, o triunfalismo da pompa nas celebrações litúrgicas.
O conservadorismo não é novidade em si, pois, sempre se manifestou dentro da Igreja e também no âmbito secular. No entanto, parece emergir uma postura hipócrita que certamente trás mais problemas do que efetivas soluções.
            Nossa suspeita, ao desejar aprofundar o entendimento deste novo simulacro medieval, é o de se tratar de uma saudosista busca de precedência e poder, que não contribui nem para os desafios da Igreja e nem, tampouco, para um retorno à normalidade das anomias sociais de nosso tempo contemporâneo.
            Assim como na política emergem tendências conservadoras com certa constância, manifesta-se algo similar nos quadros de Igreja católica: quer-se que tudo seja resolvido sem mudar as regras do jogo.
 Uma visão pessimista dos problemas sociais do tempo hodierno leva ao discurso enfático de que este tempo propicia erro grave de devassidão, anomia e desvio, somente corrigível através do retorno ao parâmetro de tempos imaginados como excepcionais em normalidade através das clássicas instituições sociais.

1       – Fantasma esquizofrênico ou neurose fóbica?

Parece que as duas formas mórbidas se cruzam na configuração das mobilizações conservadoras. No entanto, o fenômeno muda de contorno e envolve certo mimetismo adaptativo aos distintos momentos históricos. Dante Donatelli lembra que o conservadorismo brasileiro, do início a meados do século passado, estava impregnado pelo medo diante do que poderia vir a acontecer naquele quadro social:
   “era um medroso contumaz, tinha medo das mulheres poderem estudar, votar, falar, gozar e viver. Tinham horror ao moderno: a literatura, a poesia, o cinema, o rádio, eles poderiam colocar em risco e corromper a família”.[2]
      Na época, pensadores eminentes como o médico Nina Rodrigues e Sílvio Romero propugnavam tentativas explicativas do atraso brasileiro em relação a outros países e, nas suas afirmações eugênicas, deduziram que havia inferioridade biológica, intelectual e moral dos que descendiam da mestiçagem brasileira.
O medo conservador da época pode ser ilustrado na dificuldade de acesso à educação pública. Basta lembrar que a primeira universidade brasileira, a USP, foi criada em 1934 e, em plena década de 1960, o país contava com 65% de analfabetos, enquanto que a escola pública pertencia a uma pequena elite branca e higienizada pelo conservadorismo: “o conservador é sempre um medroso, um covarde, enlutado permanentemente pela presença do novo”.[3]
Já no momento atual, o conservadorismo apresenta um viés naturalista, defensor dos valores e das tradições, para criticar a urbanização e a modernidade industrial:
   “A tábua que sustenta uma parte destes movimentos, sim porque são vários imbuídos do mesmo objetivo, conter o novo, e passa, primeiro, pelo antigo medo das massas desformes de homens e mulheres que assolam as grandes e desumanas cidades, um renovado sentimento de exclusão no qual há o nós e eles, o simbólico...”.[4]
      O medo também leva a uma ojeriza diante dos programas sociais de inclusão, geralmente expressa no chavão: “são vagabundos que não gostam de trabalhar”.
Já no campo religioso, a insistente luta pela manutenção dos costumes, que centraliza a família e a fé cristã, vem sendo largamente incrementada por mobilizações neopentecostais, imbuídas pela “teologia da prosperidade”. Possíveis novidades e surgimento de outros valores causam imenso desconforto. Por isso,
   “a onda moralista varre as idéias conservadoras como sendo o único esteio possível de se precaver contra o caos avizinhado por uma moralidade nova, flexível e relativizada”.[5]
            Nesta precaução, dá-se ênfase ao que teria sido ofertado por Deus: todas as suas verdades estariam contidas na Bíblia. Desta defesa austera também decorre um desejo de destituição de políticos e da democracia, porque são vistos como instrumentos que interferem na sociedade e na economia, e, sob a apelação dos governantes serem ladrões que não prestam. Por isso os conservadores sentem a necessidade de valer-se da força repressora, contumaz e rigorosa contra os imorais. Donatelli ainda destaca que:
                                               “o oportunismo conservador inventa medos esquecidos, o comunismo, que nem os comunistas acreditam mais, que o digam os chineses, vietnamistas e cubanos, se torna o pano de fundo que alimenta a paranoia”.[6]
O medo maior, todavia, é alimentado em torno da democracia, embora, sejam defensores ardorosos do Estado, pois veem o Estado como metafísico, do qual o homem é um efeito direto. Divulgam que o estado tem sua finalidade atrelada à existência humana, desde a alma até a eternidade:
                          “Nesta engenharia social, os pastores de televisão são os mais importantes. Ora, todos eles promovem nos seus fiéis a consciência do que o chefe de Estado é um representante de Deus, de que o Estado é uma manifestação divina na Terra e portanto, devemos batalhar nas câmaras municipais, no congresso nacional e nas prefeituras para que o Reino de Deus seja estabelecido na Terra. Vale lembrar que existe todo um pacote ideológico contido neste ideário: Teocracia, dominionismo, teologia do poder. Estabelecer o Reino de Deus na Terra significa tomar o poder, deter o controle político sobre a nação e assim mandar no Estado, ter o presidente sob seu controle e em última instância adquirir o Estado para si, oficialmente, como é o caso das teocracias Islâmicas atuais”.[7]
Tal quadro permite deduzir que a preocupação dos teocratas fundamentalistas não se direciona tanto para o indivíduo e para as dificuldades em torno dos grandes anseios humanos, mas, precipuamente, em torno da “iniquidade”, com o fito de evitar, a qualquer preço, que venha a se institucionalizar.

1.1  – Conservadorismo e preservação da ancestralidade

Normalmente associa-se ao termo conservadorismo uma postura que procura assegurar a continuidade das ordens e das instituições estabelecidas. Desta postura costumam decorrer resistências a quaisquer mudanças ou inovações. Também decorre desta postura, uma escrupulosa e desconfiada vigilância contra eventuais emergências de interesse por mudança das regras, o que poderia instabilizar o quadro vigente.
O desvelo pela tradição, real ou fantasiado, trás uma motivação para que não sejam rompidos os hábitos, as regras e os costumes em vigência. Dali decorre uma postura conservadora e de moralismo, com vistas à conservação dos princípios, das idéias e dos valores estabelecidos.
A defesa aferrada de que princípios universais, bons e imutáveis, já andaram propiciando bons efeitos num outro momento histórico, não significa que os conservadores refutem tudo quanto possa ser novo. Muitos, até proclamados “liberais”, empenham-se por mudanças, mas, sempre dentro de uma condição: que fiquem subordinadas aos patamares superiores da religião ou da supremacia das instituições vigentes desde muito tempo.
Muitas pessoas, mesmo sem claro e definido enquadramento nas características do conservadorismo, se sentem, contudo, referenciais de valorização e de promoção dos bons costumes morais e piedosos.
Os princípios conservadores não tendem a sair tanto dos teóricos quanto de opções pessoais diante da sedimentação de buscas de segurança e experiências afetivas que reforçam o apego aos hábitos já consagrados como caminho seguro para estabelecer a boa normalidade da convivência humana. Por isso, o conservadorismo não é apenas uma mentalidade e disposição, mas, constitui-se também numa indisposição diante da precária condição humana e cultural:
            “Há no homem um componente de irracionalidade, que é uma marca indelével – como o sinal de Caim - e que dirige o homem para o mal (inclinação para o mal). Neste sentido o religioso compreende a realidade sob a mesma ótica que o conservador. Como remédio, (mas não como cura) desta condição precária, o homem busca a segurança de uma ordem moral duradoura. O conservador acredita que essa ordem é benéfica, porque reduz o contingente social de entropia e caos, promove a virtude, a ordem, a riqueza e a boa vida.”[8]
            O conservador pressupõe igualmente que uma sociedade bem ordenada é boa, mesmo que seu governo possa ser inepto e ineficiente. Em razão disso, defende, apoia e ajuda a preservar o tradicional e o natural, contra tudo quanto considera efêmero e anômalo.

1.2  – Conservadorismo e síndrome de nostalgia

Ainda que as notícias diárias, fatídicas e com aparência de caos social apontem para o natural desejo de ordem e de cosmos, muitas pessoas, para não sofrer com tudo quanto possa exigir o futuro, tendem a agarrar-se ao passado. Trata-se de uma espécie de mendicância de afeto, pois, assim como o conforto e a maciez da cama prendem e constituem um atrativo especial e de refúgio, fazem emergir uma decorrência evidente: imobilismo e, quando se envolvem na mobilização, é com o desejo de agregar mais pessoas ao estado de conforto. É como o Dr. Émerson Silveira salienta:
                                   “A voz e a presença dos segmentos tradicionalistas católicos na vida pública brasileira é fato recorrente. Muitos grupos e segmentos pretenderam – e ainda pretendem – defender valores tradicionais da Igreja, a nação e a família brasileiras contra supostas ameaças externas (comunismo, relativismo, marxismo cultural, ONGs internacionais) e internas (liberalismo, teologia da libertação, CEBs, entre outras.)”[9]
Nada se torna mais confortável do que a noção de que Deus colocou à disposição da condição humana, uma segurança clara e definitiva, que deve ser mantida e repassada.

2 - O apelo ao passado fantasioso
                       
O desejo de volta ao passado pode não só refletir incapacidade de lidar com as interpelações das profundas mudanças que vem ocorrendo nas tradicionais instituições sociais, governamentais e familiares. Pode, igualmente, ser interpretado como sintoma de desconforto diante das atuais práticas de socialização.
Esta característica peculiar do conservadorismo, de pretender retornar ao passado e de não querer que as coisas mudem, parece constituir mais do que mero desejo de volta à normalidade, uma nova onda de nítida renitência em admitir que as coisas possam ser diferentes do que os mundos imaginados e já preteridos pelo andar do tempo.

2.1 – Conservadorismo como fenômeno cultural

Segundo José Luis Fiori[10] o conservadorismo, com ou sem corrupção avançou por todos os lados e se configura como metástases de um mesmo câncer, que ora aparece em forma de fundamentalismo religioso, outra, como xenofobia racista, bem como de nacionalismos fascistas ou de intolerância raivosa diante de qualquer tipo de diferença ou divergência, seja de fé ou de idéias políticas:
                                   “Este novo conservadorismo, presente no Oriente Médio, na Europa e na América do Sul apresenta uma força avassaladora e irracional e chega a ameaçar a possibilidade da convivência pacífica entre as gentes”.[11]
Qualquer luta ou empenho por um mundo mais justo, ou, que vise reverter o avanço desta irracionalidade destrutiva, contará com reações contrárias para barrá-la. E, precisamente em função desta agressividade, potencializam-se sinais e possibilidades de guerras civis, religiosas e, até mesmo entre potências regionais e globais.
Nas tentativas de explicações deste potencial de negatividade contra eventuais avanços nas formas democráticas ou, de respeito às diferenças e de sustentabilidade das relações entre pessoas, bem como da humanidade, aparecem alguns indicativos.
O sociólogo Jorge Machado, da USP, entende que dentre os fatores que agravaram a estimulação de reação conservadora, no Brasil, está a difícil vitória da Dilma Rouseff e seu enfraquecimento político, decorrente das denúncias de irregularidades políticas de seu governo. Isto teria permitido à direita apropriar-se do discurso de combate à corrupção.[12]
Uma razão mais ampla e mais plausível do que esta, foi dada pelo sociólogo Emanuel Freitas da Universidade Federal do Ceará: entende tratar-se de uma polarização com mais opiniões conservadoras devido às redes sociais: “elas permitem que a gente veja que existe racismo, homofobia, ódio e que não somos uma sociedade harmônica.”[13]
É inegável que a enorme influência das tecnologias de comunicação e informação, que na intensa exposição imagética de apresentadores, influenciam simpatias e despertam para um extraordinário consumo de bens simbólicos, porque o poder anônimo da técnica associa felicidade à aquisição de objetos, sejam eles materiais, simbólicos, ou religiosos. Isto pode levar ao entendimento do processo de acumulação e de literal incapacidade de renúncia aos bens e direitos adquiridos, em favor de outra forma de organização social. Assim, esperam-se melhorias, mas, dentro das instituições estabelecidas.
Do ponto de vista religioso, constata-se a rápida mudança da vida religiosa frugal, simples e abnegada, para a estetização do corpo com ornamentos, badulaques e formas que possam impressionar outras pessoas. Assim, certas celebrações litúrgicas simples, como adoração ao santíssimo, adquirem um ar de pompa e de rubricismo de afirmação de um mundo fantasioso e megalomaníaco de poder.
O mundo fantasiado em torno da normalidade da vida na Idade Média, leva ao detalhismo litúrgico das orientações do Concílio de Trento, e contraditoriamente, à relegação total do Concílio Vaticano II, que visou uma real e objetiva capacidade de aliar-se ao mundo moderno, a fim de contribuir para a solução dos grandes dramas de sofrimento humano e da inoperância das instituições tradicionais diante do estado caótico das relações interpessoais.

2.2 – Conservadorismo e sistema de organização social
           
Hans Hermann Hoppe salienta como causa de fundo do conservadorismo a busca do estado de bem-estar social, que junta conservadorismo cultural com o estatismo de bem-estar social assistencialista. As conquistas dos tempos modernos teriam levado, sobretudo a partir da primeira guerra mundial, a esperar do estado a promoção de conforto, de segurança e de bem–estar. Diante das conquistas, ninguém quer perder direitos, bens e nada do que adquiriu. Com isso, o sistema produz um vasto contingente humano que quer as mesmas conquistas, mas, é impedido de alcançá-las porque as tradicionais instituições se aferram em não permitir que obtenham os mesmos privilégios:
            “O que já deveria estar claro para os conservadores, é que a maior parte, se não a totalidade da degradação moral e da devassidão cultural – que são claros sinais de retrocesso civilizatório – que verificamos ao nosso redor são os resultados inevitáveis e inescapáveis do estado de bem-social (assistencialista) e das suas principais instituições”.[14]
            Hoppe considera impossível sustentar esta combinação de conservadorismo cultural com o estatismo assistencialista. Estaria sendo um disparatado absurdo econômico que fomenta a degradação, bem como a degeneração moral e cultural.
O referido autor também entende que uma possível volta à normalidade social e cultural precisa, necessariamente, opor-se ao moderno estado assistencialista. Precisa eliminar o sistema da previdência social, o seguro-desemprego, a seguridade social, a saúde pública e a educação pública, bem como os ministérios relacionados a estas questões.
Far-se-á necessário dissolver completamente o aparato estatal e o poder governamental da atualidade. No entanto, é o que os conservadores não admitem, sob nenhuma hipótese, pois, perderiam suas vantagens.
            Por isso, Hoppe sustenta que:
                                               “O conservadorismo de hoje é falso: ele deseja o retorno à normalidade tradicional, mas ao mesmo tempo defende a manutenção das próprias instituições responsáveis pela perversão e pela destruição da moral tradicional.”[15]
           Significa, também, que não bastam mudanças curriculares impostas pelo Estado. Os conservadores, no entanto, querem a restauração da normalidade sem mexer nada na estrutura do bem-estar assistencialista e se aferram na defesa da previdência social, da saúde pública e esperam, ansiosamente, o aumento das responsabilidades sociais do governo, a fim de que proteja empregos na indústria e restrinja importações.
            Disto emerge uma pergunta: o desejado socialismo econômico permite voltar à normalidade cultural? Certamente não. No campo religioso, manifesta-se também outro entrelaçamento. Segundo Rudá Ricci[16], aqui no Brasil constituímos uma mescla de festa pagã e ritual religioso:
            “Uma primeira hipótese é que o nosso ‘fervor’ religioso seria utilitário: tememos antes de adorarmos, sermos punidos pela frouxidão. Outra hipótese, não excludente da primeira, seria nossa carência (ou excesso) afetiva. Algo entre o ‘homem cordial’ de Sérgio Buarque de Holanda – aquele que necessita do contato direto com o líder, marcado pela deferência, pelo contato físico, pelo carinho e a busca de proteção e mando paterno de Freud. As duas possibilidades levam a forte necessidade de proximidade física e tendência à idolatria.
            Tal caracterização parece ter relação com a história de dominação quase estamental, na qual a maioria dos brasileiros fica de fora do poder político, mas se sente cortejada em sua ‘menoridade intelectual e de auto-estima’ que aguarda proteção do mais forte. No caso brasileiro recente, este traço se tornou evidente em duas figuras paradigmáticas, antagônicas e, ao mesmo tempo relacionadas: a do Joaquim Barbosa (pai severo que não tolera perda de tempo) e Marina Silva, que evoca a origem ingênua e pura que reclama um lugar, mas que, simplesmente, não o recebe.
            Esta peculiaridade do conservadorismo brasileiro afeta particularmente o modo de ser cristão, que, no entendimento de Caco Pereira, é hipócrita, pois age mais por conveniência do que pelas raízes da Palavra, e, por isso, se aferra no tradicionalismo enfadonho e inoperante:
                                               “Na verdade, ele é mais do que um conjunto de normas sem graça, sem amor e com conhecimento superficial da Lei de Deus. Isso mesmo. Estou dizendo com tranquilidade que esse conservadorismo da ‘metralhadora verbal’ disparada contra uma escolha sexual não representa o que de fato a escritura ensina sobre combate ao pecado.”[17]
                                        Enquanto os gays são vistos como “vampiros”, os “adolescentes transantes”, os padrastos garanhões e tantas outras pessoas ardilosas e manipuladoras, são vistas como anjos das elevadas cúpulas celestiais. Por isso,
            “O conservadorismo cristão brasileiro é hipócrita e abre mão de ser boca de Deus; resolve ser nada mais que um movimento tagarela, preconceituoso e vil... E, só para constar: os mais ‘atacados’ nos discursos de Jesus (se querem nivelar), foram os ‘conservadores’ sem amor (dá uma lida em Mateus 23)”[18]
           
            Assim, nem mesmo o conteúdo da mensagem cristã está isento da capacidade de criar e espalhar monstros ideológicos. Por acreditar que a ordem desejada, mesmo a de um passado distante e inexistente, constitui aquela ordem benéfica e portadora da capacidade de superar a entropia, bem como para o caos social de nossos dias, empenha-se o conservadorismo para estabelecer a ordem da normalidade de uma vida boa. Em razão disto, percebe demônio e degeneração por toda parte e que precisa ser enfaticamente retirado e evadido da convivência humana.
                                               “Para o reacionário – tudo o que temos hoje em dia é uma degeneração do que já tivemos um dia. No entanto, sua visão do passado pouco corresponde à realidade histórica. Um tradicionalista católico vê na Idade Média (com bons motivos) o momento áureo da civilização.”[19]
            Tal segurança leva-o a ser um revolucionário às avessas, pois deseja impor de forma autoritária o que idealiza para o bem da sociedade, a partir de uma sociedade imaginária perfeita do passado. Por isso Wagner Francesco deduziu que o conservadorismo é sempre barreira e jamais uma ponte. Mencionou o texto Origem da tragédia, de Nietzsche, para salientar que o grande problema do conservadorismo é o de impedir inovações. Assim, o conservador costuma pensar que é o único correto e que sempre está errado quem pensa diferente. Acaba, na verdade, expressando o medo real diante do novo.

3 – Conservadorismo – a tirania na maciez do conforto
           
Em tempos de sociedade líquida, a maleabilidade de adaptação, de deslizamento e de ajuste aos contornos do ambiente, permite ao conservador constatar riscos iminentes de afastamento dos quadros: “a perda de ovelhas”. Decorre dali a necessidade de vigilância para evitar deserções e para incorporar os já deserdados às sãs instituições sociais.
Uma oferta atraente vai ao encontro das pessoas já carentes, cansadas e extenuadas pelos sofrimentos. Basta alguém queixar-se de alguma dificuldade, que já recebe a solução capaz de propiciar conforto.
A palavra “conforto”, mágica e atraente, vai ao encontro dos anseios e é carregada de fascinação sedutora para atrair, encantar e entusiasmar pessoas. Conforto, derivação da palavra latina ‘confortare’, significa tornar mais forte, no sentido de transmitir energia.
Segundo Packer, na Bíblia o termo conforto geralmente foi traduzido como ‘coragem’, no sentido de revigoramento e de incrementação das forças. Em nossos dias, o termo parece sugerir mais a idéia de apoio que propicia descanso e relaxamento físico. Embora o autor veja o tradicionalismo (conservadorismo) como coisa legalista que mata, constata também sua virtualidade de apagar o Espírito Santo e causar paralisia e impotência na Igreja:
  “o imobilismo no olhar para trás, quer exigido pelos líderes ou pela vontade dos próprios seguidores, ou ambos, pode em si mesmo fazer que as pessoas se sintam bem, seguras e sábias... Estes sentimentos podem, de volta, dispor as pessoas a se juntar a fim de impor o mesmo imobilismo sobre outros, na crença de que tal ação preste um verdadeiro serviço a seus recipientes”.[20]
            Nesta interpelação pela orientação sistemática de outras pessoas sobressai uma ojeriza ou um desdém pelo que procede das tradições humanas, pois pressupõe que devam prevalecer as tradições da fé e, por isso, a lida com pessoas adultas é similar à lida com crianças: diz-se a elas para fecharem os olhos, abrir a boca, e engolir qualquer coisa. Isto, segundo Packer, na melhor das hipóteses leva a uma postura orgulhosa e preconceituosa.
 Mesmo que as mediações conservadoras tendem a ser infantilizadoras, despertam, por outro lado, o apego apaixonado pelo rigorismo rubricista. Como afirma Packer:
“Num nível mais profundo, existe a mentalidade da palavra mágica, que insiste que verdades reveladas só podem ser afirmadas através de vocábulos específicos”.[21]
Isto certamente ajuda a entender a obsessão pelo uso de palavras latinas e a insistência na linguagem tomista, entendível somente para os muito bem iniciados.
Da necessidade de alargar o quadro de influência sobre outras pessoas, desenvolve-se um verdadeiro complexo messiânico, que, por sua vez, envolve uma dupla dimensão:
a)      Permitir o conforto de um descanso físico, psíquico e espiritual – e como se fanatiza o “repousar no espírito”, o “Acampamento” e outras excentricidades de relax simpático – que, além de aliviar inquietações, gera afeição a quem interpela para a maciez toda aveludada. Estaria ali o sucesso dos ursinhos aveludados? Nesta oferta de maciez para a vida, vai também o necessário remedinho, de ação analgésica imediata e confortadora: tudo isso vai acontecer na maciez, se for feito rigorosamente conforme os princípios teológicos, já experimentados e consagrados num longínquo passado;
b)      É preciso envolver-se no salvamento de quem já se desviou do acesso deste quadro idealizado e, também, salvar quem corre risco de vir a afastar-se dele. Tal premonição confere, a cada membro, um importante encargo messiânico de assegurar que não se percam os bons costumes, especialmente os morais e piedosos. Daí a onda de estimulação a devocionalismos e piedades de fórmulas rígidas, que precisam ser minuciosamente cumpridas para o alcance da presumida maciez de conforto e repouso.

Nas aparências de muita criatividade, tende a manifestar-se no conservadorismo um aspecto criativo, que faz o diagnóstico e apresenta o remédio para a cura, tal como se insinuava no tempo dos “papas Pios”, no auge do integrismo católico. De acordo com Parker[22]:
            “O conservadorismo criativo utiliza-se da tradição, não como autoridade final ou absoluta, mas como recurso importante colocado à nossa disposição pela providência de Deus, a fim de nos ajudar a entender o que a Escritura está nos dizendo sobre quem é Deus, quem somos nós, o eu e o mundo ao nosso redor e o que fomos chamados a fazer aqui e agora”.
Esta natural vontade de controlar a vida de outros, inerente à nossa condição, já reconhecida por Aristóteles - quando afirmava que o ser humano é um animal político que sente prazer em constatar que outras pessoas acolhem e seguem suas idéias – faz emergir nos pastores uma grande vontade de se sentir “pai da criança” de tudo quanto se produz através do seu discurso de afirmações categóricas. Segundo Parker:
“Sabemos que pastores, como um corpo, amam o poder e sabemos como o desejo de controle total entra nas decisões dos que não são pastores a fim de formar seus próprios ‘ministérios’ independentes, nas quais não precisam responder a nenhuma autoridade. As possibilidades de poder quando nos encontramos assim, no pináculo do venerado, são enormes e não devemos nos surpreender quando ouvimos dizer que tradicionalistas desta espécie, que se veem como acima da lei e dos outros seres morais”.[23]
            Bela ilustração deste processo restaurador a criar medos e ameaças em torno de um presumido poder do mal, - que estaria agindo contra o precioso patrimônio judaico-cristão, - como o valor da família e dos bons costumes, vem sendo insinuado pelo grupo que sustenta o discurso do padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, de Cuiabá – MT:
                                               “Todas as controvérsias e mobilizações amplamente divulgadas pela ‘mídia religiosa’ (jornais e sites religiosos, sobretudo) angariam ao padre exposição, prestígio e propaganda; junto a isso, possibilitam convites para visitas, pregações e celebrações de missa em paróquias e lugares pelo Brasil, assim como entrevistas e blogs e jornais locais e regionais, feitas, obviamente, com anuência do bispo diocesano, Dom Milton Santos. Isso alimenta a própria rede midiática, montada pelo sacerdote católico, bem como outras redes midiáticas religiosas de cunho tradicionalista-conservador (blogs e páginas eletrônicas de católicos e evangélicos).”[24]
Estes efeitos, tão explícitos em tantos membros das comunidades, também parecem atualizar o velho maniqueísmo que nos situa como dependentes da força persuasiva de dois polos: o do bem e o do mal. Enquanto o primeiro, identificado como o de Deus, precisa, na sua hegemonia, vencer e destruir o reino do mal, que é o do diabo. Por isso, à doentia demonização de quase tudo, é contraposta a cura, a libertação, o repouso no espírito, situações que, na verdade, não vão além da exploração de estados de transe.
Em suma, estes parcos dados, registrados na busca de entendimento desta aparente morbidez de avanço do conservadorismo religioso, deixam evidente que ele pende mais para a entropia do que construção positiva, capaz de “salvar”, e, humildemente, ajudar a sanar as grandes contradições sociais e religiosas do nosso tempo, tal como o papa Francisco sugere à Igreja.
            Por outro lado, o passado medieval certamente não deve ser nem negado e nem ignorado, mas, deve ser contextualizado, porque apesar das sínteses relativas a problemas sociais recorrentes aos tempos anteriores daquele momento histórico, também não estavam isentos de erros, de parcialidades, de limites e de configurações específicas do quadro cultural daquele estágio humano. A inspiração decorrente daquelas buscas pode, todavia, diante dos problemas sociais muito distintos que vivemos em nossos dias, ajudar, efetivamente, a encontrar soluções menos autoritárias e mais democráticas.

BIBLIOGRAFIA:

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[1]  Doutor em Filosofia e Ciências da Educação pela Universidade de Santiago de Compostela, Espanha; Mestre em Antropologia pela PUC-RS, especialista em Psicopedagogia e em Computação aplicada ao ensino. Padre da Diocese de Diamantino – MT. Atua como reitor do Seminário maior da Diocese em Várzea Grande e leciona Sociologia e Filosofia no SEDAC.
[2]   DONATTELLI, Dante. Os conservadores e seus medos. IN: obviousmag.org/obra-das-palavras/2015/06/os-conservadores-e-seus-medos.html acessado dia 12/02/2016.
[3]   Idem, ibidem.
[4]  Idem, ibidem.
[5]   Idem, ibidem.
[6]  Idem, ibidem.
[7]  GALENO, Luiz F. Desmascarando os grupos pseudo-cristãos: conservadores pró-família, defendores dos valores tradicionais, etc. In: liberta-te.org/desmascarando-os-grupos-pseudo-cristãos-conservadores-pro-familia-defensores-de-valores-tradicionais-etc/ acessado dia 12/02/2016.

[8]   FRANCESCO, Wagner. O conservadorismo e sua principal função: travar o desenvolvimento da humanidade. In: wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br/artigos/3040117442/o-conservadorismo-e-sua-principal-função-travar-o-desenvolvimento-da-humanidade ; acessado dia 09/02/2016.
[9]  SILVEIRA, Emerson José Sena da. Tradicionalismo católico e espaço público – a “guerra cultural” dos clérigos ultraconservadores. In: REB, vol. 75, nº300, out/dez. 2015, p. 936.  
[10] No texto O conservadorismo tem-se manifestado e avançado por todos lados. In: zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/proa/noticia/2016/01/jose-luis-fiori-o-conservadorismo-tem-se-manifestado-e-avançado-por-todos-lados-4953112.html; acessado dia 09/02/2016;
[11] Idem, ibidem.
[13]  Idem, ibidem.
[14]  HOPPE, Hans Hermann. Os problemas com o conservadorismo atual e com a ala do libertarismo. In: www.mises.org.br/Article.aspx?id=1852 ; acessado dia 09/02/2016.

[15]  Idem, ibidem.
[16] RICCI, Rudá. Reflexões sobre o conservadorismo brasileiro. In: www.brasil247.com/pt/247/artigos/125509/Reflexões-sobre-o-conservadorismo-brasileiro.htm  acessado dia 09/02/2016.

[17]  PEREIRA, Caco. O “conservadorismo” brasileiro é hipócrita. In: ortopraxia.blogspot.com.br/2015/08/o-conservadorismo-hipócrita.html  ; acessado dia 10/02/2016.
[18]  Idem, ibidem.
[19]  TIRAPANI, Caco. O que significa ser um conservador. In: revistaamalgama.com.br/07/2015/o-que-significa-ser-conservador; acessado dia 09/02/2016

[20]  PACKER, J. I. Análise do livro “O conforto do conservadorismo” In: barhuque.blogspot.com.br/2009/04/analise-do-livro-o-conforto-do.htmt
[21]  Idem, ibidem.  

[22]  Idem, ibidem.
[23]  Idem, ibidem.
[24]   SILVEIRA, Emerson. J. S. Op. Cit. p. 944. O autor também deduz que “pode-se ler o discurso do clérigo tradicionalista tanto como sintoma da perda de hegemonia cultural da narrativa católica conservadora, quanto como batalha pela contra-hegemonia cultural católica... Os próximos capítulos dessa invenção simbólico-gnóstica, baseada no uso seletivo e descontextualizado da tradição católica, passam pela questão de como os sacerdotes brasileiros, líderes dessas guerras culturais, irão comportar-se diante das inflexões semânticas que o papado de Francisco tem delineado (crítica ao mercado e ao financismo, ecologia integral e outros) e diante do confronto com os outros movimentos em defesa dos direitos das minorias sócio-culturais no espaço público que marca a atual democracia brasileira” (Idem, p. 955- 956).

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

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