quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Sujeito oculto


Mesmo ocultado nas palavras das frases,
E suposto nas vírgulas, pontos e nas crases,
Vejo um pano preto ornado de badulaques,
A tentar esconder um vivente de achaques.

Conseguiu ludibriar e esconder os intentos,
Dos seus objetivos e reais planos portentos,
De abeirar-se do seleto patamar da nobreza,
E para refestelar-se na principesca grandeza.

Ungido para serviço de grandioso burburinho,
Encontrou na asséptica alvura de um colarinho,
O ocultamento dissuadido de conduta perversa,
Disfarçada até na beata meiguice da conversa.

Sob o ar angelical da lisura de uma veste sagrada,
Subjaz a ocultada motivação que tanto o degrada:
Valer-se de todos os meios que possam viabilizar,
O que suas fantasias orgiásticas permitem exalçar.

Sob o real ocultado consegue no apelo moralista,
Produzir um imagético exotérico-sensacionalista,
E prender-se a brogunciado e litúrgico rubricismo,
Como sendo a mais lídima essência do cristianismo.





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