Depois de estimular a extrapolação
das medidas,
E de apontar ruptura das convenções
comedidas,
Além de tolerar na ousadia da nudez
ostentada,
O preceito é normalidade da sociedade
recatada.
Dada a liberdade para desconsiderar
os limites,
Volta-se aos casuísticos e
moralizantes palpites,
Dos condenadores da alegria do povão
relegado,
E para reatar o rigor exigido pelo
poder sagrado.
Nas cinzas repete-se um velho ciclo
depurador,
Para o retorno ao estado da bondade
anterior,
Que arrosta todo procedimento vil e
indecente,
E deixa todo abusado pecador muito
contente.
Sabe que no próximo ano poderá
quebrar a eira,
Abusar de si e de outros e retornar à
paz fagueira,
Provinda da excelsa misericórdia de
fonte divina,
E que permite voltar ao cotidiano de
vida cretina.
Ao se repetir velho ciclo de
afirmação e negação,
Reencarna-se o vício de evidente
procrastinação,
Que antevê diante da extrapolação dos
preceitos,
A anulação mágica das extravagâncias
e defeitos.
Basta cinza sobre a testa e ar
sombrio que espanta,
O peso dos excessos que na motivação
desencanta,
Para renovar sentimentos de culpa
pelos desvarios,
E se evadir dos pesos como folhas a
sumir nos rios.
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