Ao lado das costumeiras,
Doem aquelas ciumeiras,
E as de flagelos psíquicos,
De efeitos transpsíquicos.
Dói outrossim na emoção,
Aquela silenciosa invasão,
Dos quietos vírus mortais
Nem perceptíveis nos ais.
Ao lado desta pandemia,
E de tanta outra toxemia,
Dói sentir entes queridos,
Que falecem preteridos.
Porque o nosso ambiente,
Sujeito à esta dor ingente,
Flagela tantas existências,
E afeta suas convivências?
Seria a inútil devastação,
Fruto de pura maldição,
Que um Deus vingativo,
Promulga
como lenitivo?
Apesar de
cegueira moral,
E de maldade tão
fulcral,
A dor leva à
auto-análise,
De pungente
psicanálise:
Nos atos
ensimesmados,
E sonhos
ambicionados,
Some toda
sobriedade,
E compassiva
lealdade.
A dor pungente aponta,
Para vida que não
conta,
No procedimento
inútil,
De vaidosa
ambição fútil.