sábado, 15 de agosto de 2020

CONCRETO BRUTAL

 


Ao lado do sentido objetivo,

O do real de fato definitivo,

Pauta a dureza persistente,

De evidência tão insistente.

 

Fatos brutais e marcantes,

Mais e menos insinuantes,

Apontam a tirana história,

Sem boa razão para glória.

 

Política do corpo humano,

Revela desprezo e engano,

E adora seu uso de venda,

Para vantagem estupenda.

 

O corpo forte e inteligente,

Seja o vistoso e o atraente,

Desova no compartimento,

Como valioso emolumento.

 

Recauchutado de próteses,

Acaba refém das apóteses,

E descartado como poeira,

Aliena-se da humana eira.

 

Some no agregado de areia,

Com o cimento que medeia,

A massa consistente e forte,

Para uma compactada sorte.

 

Integra no concreto arejado,

Solidez do concreto armado,

Ou do betuminoso das ruas,

Para eivar indevidas estruas.

 

O concreto simples ou magro,

Protendido, ou ciclópico agro,

Ou pré-moldado e reforçado,

Invade sempre mais o relvado.

 

A brutal e solidificada rigidez,

Incorpora hominídea altivez,

E amealha seu espaço vital,

Para apagá-la no seio fatal.

 

 

 

 

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