terça-feira, 18 de agosto de 2020

DORES PUNGENTES

 


Ao lado das costumeiras,

Doem aquelas ciumeiras,

E as de flagelos psíquicos,

De efeitos transpsíquicos.

 

Dói outrossim na emoção,

Aquela silenciosa invasão,

Dos quietos vírus mortais

Nem perceptíveis nos ais.

 

Ao lado desta pandemia,

E de tanta outra toxemia,

Dói sentir entes queridos,

Que falecem preteridos.

 

Porque o nosso ambiente,

Sujeito à esta dor ingente,

Flagela tantas existências,

E afeta suas convivências?

 

Seria a inútil devastação,

Fruto de pura maldição,

Que um Deus vingativo,

   Promulga como lenitivo?

 

Apesar de cegueira moral,

E de maldade tão fulcral,

A dor leva à auto-análise,

De pungente psicanálise:

 

Nos atos ensimesmados,

E sonhos ambicionados,

Some toda sobriedade,

E compassiva lealdade.

 

A dor pungente aponta,

Para vida que não conta,

No procedimento inútil,

De vaidosa ambição fútil.

 

 

 

 

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