Largo tempo da vida humana,
E de fazeres da lida cotidiana,
É empreendido nos reparos,
Para contornar os anteparos.
Muitíssima gente do planeta,
Vive da prática de ampulheta,
Para reparar desde banheiros,
A portões, jardins e terreiros.
Outros lidam com os doentes,
E múltiplos tipos deficientes,
Quer os psíquicos e afetivos,
Aos de carentes de lenitivos.
Com as reparações mentais,
Existem terapêuticas vitais,
A exigir reparos cirúrgicos,
Com enxertos metalúrgicos.
Inúmeros centros estéticos,
Ao lado daqueles protéticos,
Reparam estragos e feiuras,
Para aparências de canduras.
Os mecânicos e lanterneiros,
Encanadores e enfermeiros,
Aos reparadores de fraturas,
Nenhum oferece caricaturas.
Na complexa rede de reparos,
Os corpos e objetos tão caros,
Transformam seres humanos,
Em híbridos cheios de planos:
Parafusos, conexões e válvulas,
Com próteses, enxertos e bulas,
Preenchem imaginário estético,
Sem a memória de código ético.
Perde-se identidade e memória,
E tantos gostam de uma glória,
Constituídos somente objetos,
Das vitrines e aparatos abjetos.
Na
adoração da objetalidade,
O corpo alterado
à saciedade,
É domesticado
para a venda,
De multiuso de
boa oferenda.
Até os sorrisos e
belas imagens,
Rodeados de
muitas bricolagens,
Viram reféns dos
manipuladores,
Que sugam
imagéticos pendores.
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