sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

SERVIR COM LIBERDADE




A facilidade de prometer soluções,
De sensacionais e mágicas ilusões,
Produz as multidões interesseiras,
Que se tornam passivas, sem eiras.

Dos auto-proclamados servidores,
Que trocam os falsos condutores,
Decorre vasto abuso da liberdade,
Sob uma ilimitada arbitrariedade.

Quando corruptos e desonestos,
Sem os procedimentos honestos,
Querem promulgar regras justas,
Locupletam-se nas alheias custas.

A promessa fiel, feita infidelidade,
Produz a enganação à saciedade,
Que explora a contingência fraca,
Deixando-a cada dia mais babaca.

Persuasão por regras audaciosas,
Esconde nas espertezas falaciosas,
Real intento dos próprios motivos,
Propensos a interesseiros objetivos:

Proteger segurança de bens pessoais,
Favorecer os seletos grupos especiais,
A fim de ampliar o domínio dos bens,
Sobre o mundo de sonhadores reféns.

Fanatizados, estes brigam por ideais,
Ativam simbólicas guerras infernais,
E sucumbem nas ilusões produzidas,
Sem verificarem as metas atingidas.

Liberdade sem corresponsabilidade,
Espalha manipulações à saciedade,
E faz da justiça a afirmação de leis,
Para favorecer as privilegiadas greis.





quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

CEGUEIRAS AMBIENTAIS




Mais que da herança genética,
E da valiosa construção ética,
Dependemos do ar ambiental,
Com seu contágio sentimental.

Tanto o emocionar-se com dor,
Quanto alegrar-se com terror,
Forjam emoções tão variadas,
E blindam ambições alteradas.

Basta ver o politicamente certo,
Do oportunismo pífio e esperto,
A lavar consciência da mentira,
E gerando a imagem que delira.

O ambiente das manhas e vícios,
Gesta largos tipos de estrupícios,
E legitima como hiper-corretos,
Os atos indecentes e incorretos.

Assim, a mudança de agremiações,
Não muda as cegas procrastinações,
De ideais assimilados no ambiente,
Ainda que perverso e inconveniente.

Imaginar um cachaceiro inveterado,
Nos ambientes de pinguço adoidado,
Significa uma realimentação do vício,
E esperar sua mudança é desperdício.

Quando esperto indutor de cegueira,
Insiste em extrair o cisco da olheira,
Demora muito a enxergar a retidão,
E escancara sua ocultada podridão.

Manobra de poderosos alienadores,
Cega a vista dos tantos sonhadores,
E eles apenas enxergam o fanatismo,
Que os arrasta ao desumano abismo.








segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

SANTOS E PECADORES





Traços tão peculiares dos humanos,
Lembram facetas boas e os danos,
Do cotidiano de relacionamentos,
Que produzem desapontamentos.

Junto com atos altamente heroicos,
Forjam-se os violentos e paranoicos,
De santidade e de pecaminosidade,
A gerar céu e inferno na sociedade.

Injustiças de todo tipo e maldades,
 Mesclam-se com nobres bondades,
E revelam as duas facetas humanas,
Do agir violento e de ações bacanas.

Brutalidade de alguns momentos,
Inserida em humanitários intentos,
Revela os atos tão contraditórios,
Que movem leis e os consistórios.

Tantos errantes a vagar no mundo,
Tão perigosos, e de olhar iracundo,
Contrastam com meiguice e gestos,
Das empatias de olhares honestos.

Seres humanos como Caim e Abel,
Alternam no doce e amargo do fel,
A oscilação do humor inconstante,
De amor a ódio em curto instante.

Como admiráveis gestos altruístas,
 Batem na baixeza de atos egoístas,
Veneramos a bondade compassiva,
E repelimos vingança compulsiva.





sábado, 16 de fevereiro de 2019

ANDARILHO INVOCADO





Um contraste tão desigual,
Distante do aparato frugal,
Aponta efeitos opressores,
De atos injustos com dores.

Não só os olhares revelam,
O que frustrações desvelam,
No aparato das residências,
E no descaso de existências.

O desejado momento novo,
Escancara a mazela do povo,
Sem igualdade de condições,
Esbaforido nas contradições.

O novo, esnobando o velho,
Revela mundo escaravelho,
De quem vive na imundície,
Sem deixar a sua estultície.

Norma válida para poucos,
Com batalhões de amoucos,
Leva às intrigas pelas ideias,
De quem engana as boléias.

Queria ver o novo da firmeza,
Com sinais de terna inteireza,
A espelhar um retrato vistoso,
Do estado humano generoso.

Tão poucos tão enriquecidos,
Deixa tantos pobres fedidos,
Mata a idealizada democracia,
E eleva elitizada aristocracia.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

FEIÇÃO DE ANTOJO




Do seu olhar enfastiado,
Borbulha ar entediado,
Em ondas aborrecidas,
Das inócuas investidas.

Desencantos políticos,
Com os felinos críticos,
Derrubam esperanças,
E soltam as andanças.

O mundo da ocultação,
Com toda malversação,
Anula os bons sonhos,
E trás ares tristonhos.

O dito com persuasão,
Divaga-se na ebulição,
Sem atos e benefícios,
E pede mais sacrifícios.

Na aparência enganosa,
A larga astúcia danosa,
Atinge o elã e o sentido,
E deixa o humor ferido.

Sobra vasta amargura,
Com anseio de ternura,
E, sem força para ação,
Tudo cai na desolação.

Fastio da repugnância,
Engole toda elegância,
De oferecer-se à vista,
Para sugerir uma pista.



CAPACIDADE DE ESCOLHER





É tão bom tomar consciência,
Da boa e variada beneficência,
Da escolha, na multiplicidade,
Do que gratifica à saciedade.

Dos olhos abertos ao encanto,
Corre veloz com todo espanto,
Ao cérebro o desejo de agrado,
Pela absorção do fito mimado.

O difícil e vago discernimento,
Não delineia o bom provento,
Para escolher tudo que é bom,
E mais gostoso que bom-bom.

O mal oculto na boa escolha,
Engana os olhos e os antolha,
Para não perceberem traição,
No lindo objeto de estimação.

O vasto desejo de onipotência,
Cega os olhos da boa decência,
E leva a agir longe da bondade,
Valor peculiar da humanidade.

Na aparência do bem almejado,
Emerge a maldade e seu legado,
E desequilibra o anseio visceral,
De uma boa convivência geral.

Assim uma escolha na liberdade,
Confere-nos a responsabilidade,
De antever os efeitos das opções,
Para evitar os frustrantes senões.



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

O DEMÔNIO DO PRECONCEITO




Mais que ente contraposto ao divino,
Ele reina na cabeça de muito cretino,
A demonizar a diferença e o distinto,
Para assegurar o seu seguro recinto.

No ar da superioridade do conselho,
Fita os pobres nos níveis de fedelho,
Para rotulá-los como seres inferiores,
Diante dos seus enlevados pendores.

Cria barreiras duras de preconceito,
Sem auscultar em si algum defeito,
E compara os outros a bichos feios,
Aprisionados aos próprios enleios.

Obriga outros à mendicância servil,
Para destacar a sua alteza varonil,
E maltrata similares na ignorância,
Sem lhes dar a menor importância.

Não admite término das injustiças,
Pois acabaria com as largas cobiças,
Que lhe garantem lugar avantajado,
Asséptico do mundo pobre relegado.

A ideia fixa e obsessiva que lhe serve,
É a da vantagem da sua polida verve,
Para deslocar toda a causa da culpa,
Sobre merecedores da sua desculpa.

Com sua opinião prévia e superficial,
Julga tudo como onisciente especial,
E defende a supremacia demoníaca,
Solta na sua perversidade maníaca.





<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...