Esmaecido pelo uso
prolongado,
Acabou entortado para um
lado,
Mas não degradou seu
conforto,
Nem deixou de ser seguro
porto.
Não perdeu original
elasticidade,
E revelou na aguda
plasticidade,
A função de segurança e
garantia,
Para boas andanças de cada
dia.
Não briga por nenhuma
vantagem,
E nem faz da chinelada a
miragem,
Para atordoar justificados
medos,
E ampliar seus dramáticos
enredos.
Se por vezes anda pelo pé
trocado,
Não constitui nenhum ato
malvado,
Mas somente o mau humor irritado,
Do dono que acordou todo
exaltado.
Larga praticidade no uso
doméstico,
Aufere-lhe um sensual ar
pernóstico,
Que ornamenta pé bem defeituoso,
Sem a fraqueza dum olhar
invejoso.
Na maciez da sua bela
constituição,
Deslinda a singeleza da sua
feição,
Que ocupa a base de
sustentação,
De muita humana
perambulação.
Deixado de lado nos atos
solenes,
Alarga nas quietudes tão
perenes,
A humildade serviçal e
prestimosa,
Sempre bem contagiante e radiosa.
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