sábado, 15 de agosto de 2020

PADRINHOS E PADROEIROS



Vistos como heróis altaneiros,

Configuram papéis aduaneiros,

Capazes de liberar os recursos,

Para bem difíceis transcursos.

 

Imprevistos econômicos e de fé,

Travam anseios na marcha ré,

E batem na servil dependência,

Para obter uma benemerência.

 

Em tal atrelamento parasitário,

Cria-se investimento temerário,

De efetuar renúncia à liberdade,

E endividar-se com a identidade.

 

Com esperança pobre e sofrida,

E na condição já comprometida,

O atrelamento deixa o resignado,

Sob cobrança de um bom agrado.

 

A lealdade política apadrinhada,

Requer uma submissão devotada,

Com a quitação e a benemerência,

A quem socorreu com clemência.

 

Validam-se assim relações brutais,

Que esperam gestos e festas leais,

Para assegurar em mundo injusto,

O conformismo recatado e vetusto.

 

Na introjeção da tática opressora,

Lógica da vantagem esmagadora,

Requer deslealdades e mentiras,

Para contornar imprevisíveis iras.

 

Profetas contra apadrinhamento,

Acabam padrinhos de bom alento,

E reproduzem meios colonialistas,

Com obsoletas táticas integristas.

 

 

 

 

 

  

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