Advindos de ambientes pobres e
sofridos,
Querem romper com mundos denegridos,
E inebriar-se no idealizado extrato
clerical,
Para finalmente vivenciar leveza
angelical.
Nada afoitos ao trabalho duro de cada
dia,
Aprendem as artimanhas da fina
galhardia,
Para bajular e fruir do encantado
privilégio,
De se deixar servir no principesco
sortilégio.
Viajam para os lugares turísticos e
sagrados,
E sabem os detalhes das roupas dos
agrados,
Para desfrutar do medieval gosto
imagético,
E, através dele, exaltar-se de modo
patético.
Gostam da opulência das mesas fartas
e finas,
E ocupam-se de conversas balofas e
cretinas,
Sem visão crítica e sem postura de
coerência,
E, sem quaisquer inquietações pela decência.
Desprovidos do valor das ancestrais
raízes,
Dissimulam nas nobres e elevadas
matizes,
A busca de vida fácil, eminente e
dantesca,
Própria da desprezível nobreza
principesca.
Encontram no perfil da tendência
integrista,
O fácil caminho da pregação
sensacionalista,
Para se auto-adorarem em panos e
adornos,
E inebriar-se no fumeiro de seus
contornos.
Mares de distância os separam do
profetismo,
Mas encantados com detalhes de
moralismo,
Pregam arrogantes uma vergastada
tradição,
Sem Cristologia e sem humana
emancipação.
Mapeiam os seus dias nas ocupações
fúteis,
E, insensíveis à origem dos proventos
úteis,
Mergulham na megalomania de grandeza,
Sem competência e sem humilde
presteza.
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