terça-feira, 4 de julho de 2023

GESTORES VENERADOS

 


Largamente bajulados e enaltecidos,

A serviço de poderes engrandecidos,

Encontram-se os gestores de rendas,

Condecorados nas falas estupendas.

 

Sempre a serviço do poder de elites,

Vendem adocicados e belos palpites,

Para que muitos sonhem na fartura,

Mas acordem só vendo desventura.

 

Êxito de finanças para largo sucesso,

Do mercado já insensível ao recesso,

Exclusivo da associação corporativa,

Relega povo em queda degenerativa.

 

Amparados por falas democráticas,

Insinuam contra tentações erráticas,

Para salvar junto à política atrelada,

Uma democracia pouco participada.

 

Se elites filtram o que pode ser dito,

Sem admitir um popular contradito,

Acabam desfazendo a teia simbólica,

Com agressiva exploração diabólica.

 

Como gestoras de descontentamento,

Abafam com os apelos ao armamento,

Clamores humildes de vida ressentida,

Da gritante desigualdade dissuadida.

 

Importa política de tecnocracia oculta,

Que sorve a satisfação e ainda insulta,

Porque impede qualquer participação,

De quem queira parcela da produção.

 

No foco negacionista de populismos,

Recheados por autoritários cinismos,

Armas valem mais do que bom-senso,

E o mandonismo supre todo consenso.

 

Com a vasta alimentação produzida,

Ironia da fome indica meta induzida,

Desta democracia falaz num declínio,

Do financismo doente de extermínio.

 

 

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