sexta-feira, 10 de julho de 2020

CONTAGIO PSÍQUICO DO PÂNICO

 

Arfamos na expectativa,

Por uma vacina lenitiva,

De eficiente terapêutica,

Sem irritante maiêutica.

 

O ator da nova pandemia,

Remete a antiga endemia,

Que já ceifou tantas vidas,

De criaturas tão queridas.

 

A memória acorda fatos,

Adormecidos sob relatos,

E povoa vasto imaginário,

Com o símbolo ordinário:

 

Largos medos do sintoma,

Indicam categórico axioma,

Dos variados outros medos,

Reprimidos como segredos.

 

A ação do temido contágio,

Produz estranho apanágio,

Que a normalidade da vida,

Não vê no cotidiano da lida:


Somos seres tão vulneráveis,

Que os atavismos herdáveis,

Perderam a espiritualidade,

Para resistir na calamidade.

 

As fracas razões para existir,

Diariamente ficam a insistir,

Na esconjuração da morte,

Que não afasta fatal aporte.

 

Sem resistências espirituais,

Os fluxos de sistemas virais,

Mesmo sob medicina eficaz,

Vencem o desejo perspicaz.

 

 A vitória sobre uma virose,

Não nos isenta da psicose,

Das reais ameaças bélicas,

E fanatizações psicodélicas.

 

 


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