quarta-feira, 4 de outubro de 2023

VENTOS QUE APAVORAM

 

 

Cada vez mais ruidosos e ululantes,

Anunciam com ameaças rompantes,

Ação contra simplicidade desejada,

Num ambiente de terra desbravada.

 

O desejado estilo de vida interior,

Para encher a vida no pundonor,

Todo dia mais limitado e inseguro,

Deixa todos os humanos no apuro.

 

Tanto sinal de alteração climática,

Perante tecnocracia toda apática,

Tende a culpar pobres e doentes,

Com os procedimentos dementes.

 

Insaciável na obsessão de lucros,

Cria riscos e tratamentos xucros,

Mas não deixa de adorar a morte,

Como prazeroso e frívolo aporte.

 

Encanto com capacidade técnica,

Sem nenhum limitador de ética,

Alarga, na lógica da acumulação,

Irreparável avanço de destruição.

 

Natureza em sinais de vingança,

Aponta mandante da lambança,

E no grito das dores para viver,

Aponta humanos sem conviver.

 

Poderosa política internacional,

Intensamente frágil e irracional,

Segue a sorver sangue humano,

E culpa Deus pelo modo insano.

 

Distante de visar o bem comum,

Arrasa tudo de modo incomum,

E foca a eternidade do acúmulo,

Adorado ornamento de túmulo.

 

Neste antropocentrismo centrado,

Sobra destruição por todo o lado,

Com o paradigma todo entrópico,

Insensível a todo agir filantrópico.

 

Porque não embelezar o mundo,

Para tornar-se o espaço fecundo,

Da rica convivialidade com seres,

Com cordiais e simples afazeres?

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...