terça-feira, 21 de novembro de 2023

AQUI NÃO É MEU LUGAR

 


Criado em aldeia rural,

De largo cultivo floral,

Fitou cidade sedutora,

Como a luz fascinadora.

 

Adorada como paraíso,

Virou o espaço indeciso,

Para um poder atrevido,

Sob o convívio indevido.

 

Um foco de crescimento,

Sem o social sentimento,

Fica a cada dia mais rico,

E a todo dia mais futrico.

 

Gera segmentos pobres,

Com as elites de nobres,

A viver numa opulência,

Que se torna indecência.

 

 PIB crescente de poucos,

Alarga pobres amoucos,

Alimentados pelos vícios,

Sem projetos e auspícios.

 

As metralhadoras valiosas,

Sem as refeições saborosas,

Requerem a afiliação rígida,

Na guerra estúpida e frígida.

 

As mentes fixas no progresso,

Produzem humano regresso,

Da vivência sem a alteridade,

E crescente impessoalidade.

 

Já os poucos hiper-visíveis,

Criam espetáculos indizíveis,

E mapeiam largas ambições,

Para pobres sem condições.

 

O colapso do confinamento,

Vai sorvendo todo o alento,

Para a convivência cordial,

Precípua da aldeia racional.

 

No chamado bem comum,

Pilhagem sem freio algum,

Move instantâneos lucros,

E relacionamentos xucros.

 

Fracasso do êxito ilimitado,

Sob o comércio disputado,

Aumenta ódio e rivalidade,

Sem melhorar a sociedade.

 

Retorno à aldeia vira sonho,

Ante mundo urbano bisonho,

Pois aponta menos ambição,

E maior chance de interação.

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