A rapidez das inovações e das novidades,
Fragmenta tradições e hábitos cotidianos;
Aponta mil horizontes para as vaidades,
Mas não esconde os diuturnos desenganos.
Na relativização de tradicionais valores,
Da pertença, da família e da comunidade:
Evade-se a partilha dos humanos pendores,
Geradora dos caminhos da lúdica integridade.
Nas relações, cada dia, mais virtuais,
Emergem novas formas de interação;
Que engolem costumeiros referenciais,
E apontam o rumo da indeterminação.
Afrouxados os antigos vínculos culturais,
A crença se prende no relativo e no provisório;
E, distante das referências ancestrais,
Tudo passa a ser visto pelo transitório.
A segurança aparente é buscada,
No consumo, ao infinito, da imagem;
Onde a aparência pode ser idolatrada,
E o que mais importa é a roupagem.
O intimismo subjetivo e solipsista,
Abre na virtualidade um horizonte:
Escorregar ao infinito em pista,
Que em coisa alguma confronte.
Na busca de respostas utilitaristas,
O universal é tomado pelo singular;
E na adoração dos ídolos consumistas,
Suga-se até o sangue da veia jugular.
Bom seria reencontrar o prazer de colaborar,
Para não ser mero expectador;
De quem age em nosso lugar,
E facilmente se torna aproveitador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário