quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A dor do silêncio


Enfim, mesmo distante dos maus agouros,
E dos silêncios de multicores tons;
Carece o pobre homem dos louros,
Da força dos muitos momentos bons.

Mesmo distante dos verdugos,
Articuladores do seu exílio,
Defronta-se, ele, com novos jugos,
Advindos da quietude sem idílio.

Ali os estranhos o deixam estranho,
E o acuam para a solidão;
Onde nem a memória de antanho,
Ameniza sua inquieta consternação.

Desejoso de estar contente,
Sente-se ele pobre de referenciais;
Para captar do novo ambiente,
A riqueza dos gestos cordiais.

Na quietude escura e sem pressa,
As longas horas ficam paradas;
Nem acalantam algo que interessa,
Às motivações desandadas.

Onde encontrar paciência,
Que permita captar novos sinais,
E, que possam abrir referência,
Para outros gestos vitais?

Do baú das memórias,
Brota importante recordação;
De outras horas inglórias,
Deixadas pela superação.

Resta, pois, sonhar acordado,
Que o relógio acelere a rotação,
E mande o Galo cantar dobrado,
Para acordar a aurora de nova motivação.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...