Da ânsia dos pais
preocupados,
Em ter os filhos
superdotados,
Acelera-se a
psicomotricidade,
Visando esperteza à
saciedade.
Sem regras e limites pela
frente,
Os filhos conquistam o
diferente,
Toda hora mais ativos no
avanço,
Sem interrupção para o
descanso.
Experimentam tudo antes da
hora,
Sem admitir que um “não” vigora,
E sob o obsessivo cultivo do
desejo,
Fruem tudo e de qualquer
ensejo.
No desabrochar da
adolescência,
Vigora a incessante
aborrecência,
Que já não antevê algo inusitado,
Porque tudo já foi
experimentado.
Na relação promíscua dos
papéis,
Em ambientes de ilusórios
vergéis,
Some a construção da
identidade,
E aparece um tédio de
saciedade.
Sem nada de edificante para
agir,
E sem projeto bom para
interagir,
Aparece somente o foco do
prazer,
Sem a motivação de se
comprazer.
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