quarta-feira, 14 de junho de 2017

Piedade e disposição interior



Muitas regras sobre ritos exteriores,
Alargam os formalismos multicores,
Para piedades de muito palavreado,
Com sucesso amplamente alardeado.

Não ocorre disposição de subordinar,
Praxe piedosa à condição de enfunar,
Uma coerência interior para retidão,
De intuir algo novo para a mansidão.

Intelecção de um Deus bem abstrato,
Tão boa sem exigir um modo cordato,
Nada interfere no cotidiano das lidas,
E sequer nas posturas empedernidas.

Basta repetir uma súplica formalista,
Mesmo eivada de ar sensacionalista,
Porque fornece o lenitivo agradável,
Que no instante afasta o detestável.

É desejada a fala abstrata e ineficaz,
Porque não questiona o que se faz,
E nem requer aprofundar a sintonia,
Com quem se agita em dor e agonia.

Formalismos de tempos já passados,
Repetem-se nos modernos legados,
E enganam o sentimento religioso,
Reforçando o formalismo piedoso.







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