sábado, 17 de junho de 2017

Incumbência deixada por Jesus Cristo



            Enquanto a milenar herança judaica centralizava o cumprimento das regras alargadas a partir da aliança feita no monte Sinai, - e que acabou num formalismo vazio e sem capacidade de bom entendimento – Jesus Cristo, segundo o evangelista Mateus (9,36–10,38) teve um procedimento muito peculiar para superar este legalismo exterior. Sob o discurso do Reino de Deus, falava e agia com sinais para mostrar como este Reino poderia acontecer.
            Na verdade Jesus veio anunciar o que a leitura teológica do primeiro testamento desejava através do legalismo formal, mas, que não alcançava porque os meios eram inócuos.
            Os discípulos de Jesus foram orientados para a finalidade do modo de agir. Teria que ser superior à clássica doutrina que havia perdido o poder de realmente salvar. Assim, a missão difícil que Jesus exerceu por alguns anos, com a demonstração dos gestos e procedimentos que deveriam acompanha-la, foi delegada aos discípulos.
            O motivo desta ação humanitária: compaixão com o povo que andava como ovelhas dispersas sem pastor e abatidas pela falta de sentido para a existência.
            Mesmo sendo poucos, os discípulos foram incumbidos a alargar os mesmos gestos e sinais que Jesus havia feito. Sem ofensas, Jesus tinha rompido com o institucionalismo dos séculos anteriores da vida religiosa do povo judaico.
            A ousadia não foi de guerra, nem de vingança e nem de retaliação, como costuma ocorrer em tantas mudanças culturais e religiosas. Foi a de apontar simplesmente a construção de um “Reino Novo”, esta inovação na organização religiosa do povo, no qual Deus deveria estar presente e atuante.
            Curiosamente a incumbência, não foi a de promoção para instâncias de honra e de poder superior, mas, para que saíssem como operários para semear e produzir frutos humanitários. Eles seriam capazes de produzir sinais e obras de redenção.
            Na imagem das doze tribos que chegaram ao bom-senso dos 10 mandamentos a fim de se constituírem num povo santo, a escolha dos doze apóstolos feita por Jesus, para que anunciassem a “Boa Nova” de que o Reino de Deus já estava acontecendo: os discípulos deveriam alargar o sentido da vida que Jesus tinha devolvido a tanta gente através da sua pregação e da sua atividade.
            Os discípulos foram convidados a fazer a mesma coisa. Sobre estes fundamentos também nós, - batizados, - somos ainda hoje, convidado a alargar este serviço em meio a tantas pessoas que vivem sem a mínima segurança e sem amparo de alguém que se lhes afigura como “Pastor”.


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