Enquanto a milenar herança judaica centralizava o
cumprimento das regras alargadas a partir da aliança feita no monte Sinai, - e
que acabou num formalismo vazio e sem capacidade de bom entendimento – Jesus
Cristo, segundo o evangelista Mateus (9,36–10,38) teve um procedimento muito
peculiar para superar este legalismo exterior. Sob o discurso do Reino de Deus,
falava e agia com sinais para mostrar como este Reino poderia acontecer.
Na verdade Jesus veio anunciar o que a leitura teológica
do primeiro testamento desejava através do legalismo formal, mas, que não
alcançava porque os meios eram inócuos.
Os discípulos de Jesus foram orientados para a finalidade
do modo de agir. Teria que ser superior à clássica doutrina que havia perdido o
poder de realmente salvar. Assim, a missão difícil que Jesus exerceu por alguns
anos, com a demonstração dos gestos e procedimentos que deveriam acompanha-la,
foi delegada aos discípulos.
O motivo desta ação humanitária: compaixão com o povo que
andava como ovelhas dispersas sem pastor e abatidas pela falta de sentido para
a existência.
Mesmo sendo poucos, os discípulos foram incumbidos a
alargar os mesmos gestos e sinais que Jesus havia feito. Sem ofensas, Jesus
tinha rompido com o institucionalismo dos séculos anteriores da vida religiosa
do povo judaico.
A ousadia não foi de guerra, nem de vingança e nem de
retaliação, como costuma ocorrer em tantas mudanças culturais e religiosas. Foi
a de apontar simplesmente a construção de um “Reino Novo”, esta inovação na
organização religiosa do povo, no qual Deus deveria estar presente e atuante.
Curiosamente a incumbência, não foi a de promoção para
instâncias de honra e de poder superior, mas, para que saíssem como operários
para semear e produzir frutos humanitários. Eles seriam capazes de produzir
sinais e obras de redenção.
Na imagem das doze tribos que chegaram ao bom-senso dos
10 mandamentos a fim de se constituírem num povo santo, a escolha dos doze
apóstolos feita por Jesus, para que anunciassem a “Boa Nova” de que o Reino de
Deus já estava acontecendo: os discípulos deveriam alargar o sentido da vida
que Jesus tinha devolvido a tanta gente através da sua pregação e da sua
atividade.
Os discípulos foram convidados a fazer a mesma coisa.
Sobre estes fundamentos também nós, - batizados, - somos ainda hoje, convidado a
alargar este serviço em meio a tantas pessoas que vivem sem a mínima segurança
e sem amparo de alguém que se lhes afigura como “Pastor”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário