segunda-feira, 12 de junho de 2017

Mendiga de regaço



Das narrativas de fracassos,
Vividos em tantos regaços,
Está uma explorada vítima,
Sem a identidade legítima.

Parida sem pai conhecido,
Em ambiente promiscuído,
E, mesmo sendo adotada,
Surfou na vida desandada.

Infiel a parceiros violentos,
Ensejou contínuos alentos,
Pela descrição dos abusos,
Sofridos em tratos escusos.

Vítima dos novos verdugos,
Nunca se livrou dos jugos,
Que a fizeram mendicante,
De um colo aconchegante.

Na fantasia do colo paterno,
Migrou por amparo fraterno,
Que a tornou o objeto servil,
Enganado pelo machismo vil.

Miserável mendiga de afeto,
Vive a fantasia com um teto,
De um pai a legar segurança,
Mas só encontra a lambança.

Usada, abusada e desfrutada,
Sabe que sua vida desandada,
Ainda pode vicejar dignidade,

Que devolva a autenticidade.

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