sábado, 17 de junho de 2017

A lei do mercado



Adorada mais que se adora Deus,
E colocada acima do grande Zeus,
A mercadologia engole o humano,
E o manipula em objeto mundano.

Devora religião, cultura e ciências,
E na sua voragem de precedências,
Apossa-se de políticas e remédios,
Para alastrar os perversos assédios.

Associa a felicidade ao que oferece,
E não requer nenhum tipo de prece,
Porque no produto a ser consumido,
Dissuade com um falacioso sentido.

Além de induzir-nos a consumismo,
Revela seu perverso determinismo,
De nos reduzir aos meros produtos,
Como o petróleo para os oleodutos.

As continuadas metas de superação,
Para ampliar meios de acumulação,
Exigem um vasto gosto de consumo,
E a satisfação de virarem um insumo.

Nas palavras mágicas de estabilidade,
E do crescimento em larga saciedade,
Esconde-se a pressão constrangedora,
Da política voraz em sua ação traidora.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...