quinta-feira, 29 de junho de 2017

Solidão


Amor perpetrado há tanto tempo,
Engendrado no sutil contratempo,
Do bulling a forçar um isolamento,
Tornou-te uma grandeza de alento.

Do labor tão sofrido na adolescência,
Ampliou-se a bela condescendência,
Da tua presença amiga e confortante,
Para amenizar a agressão atordoante.

Mais tarde o tempo da convalescença,
E das longas noites sem uma presença,
Fizeram você ser discreta companheira,
Que preencheu um sentimento de eira.

Mesmo sem amor pautado em projeto,
O hábito cotidiano de ambiente abjeto,
Forçou a aproximação pouco desejada,
Desta nossa permanência condicionada.

Aos poucos viraste parceira das horas,
Para apressar as agruras das demoras,
E preencher com o silêncio irradiante,
A tua comunicação ativa e constante.

Na fase senil refulges como parceira,
E causas riqueza sutil e bem fagueira,
Que se afigura com um excelso amor,
A diluir, enternecida, o meu dissabor.

Revelas nesta situação contingente,
Que a ação do sistema excludente,
Não me espolia do sentido da vida,
E nem surrupia a boa razão da lida.





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