sexta-feira, 12 de maio de 2017

MÃE


Mais do que sentimento de pertença,
Encanta-me a memória da sua crença,
Que ensejou a minha chance de viver,
E diante das mil peripécias sobreviver.

O dom da sua existência alargou a vida,
Ao mundo aberto da visão enternecida,
De participar de uma ditosa convivência,
E de apostar em próspera sobrevivência.

A sua vida, graça de dádiva ressuscitada,
Eleva a recordação de uma lida recatada,
Mas, firme e aguerrida nas dificuldades,
E tão radiante nas diuturnas atividades.

Do profundo amor à sua prole gestada,
Emanou um senso de pertença sagrada,
Ao bloco familiar como núcleo precioso,
Do seu traço genuíno, alegre e dadivoso.

O cultivo da sua vida fecunda e alargada,
Estendeu-se na generativa família amada,
E enleva no mistério da existência humana,
Algo focado para além da razão doidivana.

Da perfectibilidade da sua rica existência,
Abre-se a firme baliza da transcendência,
Para os novos mundos eivados de sentido,
Que eclodem do seu coração enternecido.

Mais do que saudade da sua maternidade,
Evidencia-se esta graça da sua natividade,
Fruída e engrandecida até a condição senil,
Sob a crença do amor como causa varonil.








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