quarta-feira, 24 de maio de 2017

Cabralite


O primeiro que arrostou esta Terra,
De olho na grandeza que ela encerra,
Sentiu o direito de poder apossar-se,
Para que muito pudesse acossar-se.

Outro similar na condição governante,
Sentiu o encantado, nada discrepante,
Possível de ser usufruído e amealhado,
Alheio ao que viesse a ser prejudicado.

Aprendeu a ser um velhaco meticuloso,
Com o discurso bajulador e bem meloso,
E confirmou-se acima das normas e leis,
Satisfeito com o que surrupiou das greis.

Alargou influente escola de rapinagem,
E com especialização na malandragem,
Arregimentou um séquito de ladrões,
Que reproduzem mais que garanhões.

Os arroubos da sua mania de grandeza,
Revelaram-no sem a mínima inteireza,
Pois sorve com prazer e fome a morte,
Espalhada no vasto povão sem aporte.

Conectado na vasta rede de corrupção,
Está imperturbável a anelos da nação,
E como exemplo de escárnio à retidão,
Ensina que se pode roubar à exaustão.




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