segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Velho lampião



Na recordação do teu significado,
Ilumina-se um vasto e rico legado,
Das noites de propalada interação,
E dos andejos claros da locomoção.

Se a luz tênue nem sempre espargia,
A suficiente claridade que se queria,
Permitia, entretanto toda segurança,
Para atenuar qualquer desconfiança.

Sua luminosidade um tanto sumida,
Facilitava o simulacro da dura lida,
De acobertar as mentiras evidentes,
E tamanho das provas concernentes.

Ajudava a retomar obscuras memórias,
Dos grandes feitos e das belas vitórias,
E até das nuances de medos preteridos,
E das valentias dos percalços vencidos.

Sua dependência direta ao combustível,
                                                  Exigia proteção do vento não dirigível,
E necessária previdência para assegurar,
Um caminho seguro de retorno até o lar.

Hoje como adorno que ativa o antanho,
Parece um trambolho arcaico e estranho,
Mas desperta uma saudade bem intensa,
Que ativa os mundos de bondade imensa.


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