quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Moçoila



Como pode uma feição facial tão bela,
Extravasar tanto ódio em raivosa trela?
No regaço das lágrimas da intolerância,
Brilham pômulos faciais de exuberância!

Sem reservas do hormônio da serotonina,
Exaurida na explosão do corpo de menina,
Abre-se ao infinito a fantasia da grandeza,
Mas fica atordoado o controle da inteireza.

No efeito revolucionário da progesterona,
Ativa-se um vulcão do desejo que detona,
Toda regra de limite e respeito ao palpite,
Para a ebulição do sonho como dinamite.

Tudo o que pode vir dos pais nada presta,
E a mãe passa a ser uma tola sem aresta,
Teimosa na burrice que coíbe todo prazer,
E contra o livre arbítrio da filha para o lazer.

Na contrariedade que vem de todos os lados,
Com muitos alertas e os previdentes recados,
As asas da autonomia sem responsabilidade,
Começam a alçar voo para o que é novidade.

Sem a auto-crítica e sem o jogo de cintura,
Somente entusiasma galanteio sem lisura,
E aborrece para além da suportabilidade,
Qualquer meneio não favorável à vontade.

Deste vulcão de novidades imprevisíveis,
Emergem tantas virtualidades indizíveis,
Que cindem uma identidade tão genuína,
Com uma nesga da generatividade divina.






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