Enquanto o futebol leva meninos a
delirar,
Por riqueza fácil e um imagético
medonho,
Meninas são bem induzidas a se
tresvariar,
Pelo corpo esquelético e olhar
enfadonho.
A socialização na escola impõe os
ditames,
Do limite de peso para desfrutar da
beleza,
Vendida a olhares obcecados sem
vexames,
A fustigar detalhes secretos da sua
inteireza.
Cruel é ver meninas com olheiras
sepulcrais,
Intransigentes em ficar aquém do peso
ideal,
Para eventual ascese nas passarelas
fulcrais,
Que lhes aufiram uma admiração
reverencial.
Numa protelação da vivência da faixa
etária,
Pulam etapas em função do mórbido
sonho,
E se tornam vítimas de idealização
primária,
A requerer do corpo um tratamento
bisonho.
As olheiras esquálidas expressam a
doença,
De uma sociedade que devora em
excesso,
E, de forma sádica se encanta pela
crença,
De que nas jovens magras está o
sucesso.
Mais doentes que a anorexia de
meninas,
São os idealizadores do perfil
cadavérico,
A explorar admiração de belezas
cretinas,
Para se empanturrar em sonho
homérico.
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