sábado, 24 de setembro de 2016

Peregrino



Nos limites que lhe foram imputados,
Anda solitário por caminhos inusitados,
E foge de situações opressoras da vida,
Porque povoam com dissabores a lida.

O sentimento afetivo básico herdado,
Deixou-lhe itinerário de sofrido legado,
Com o qual anda e desanda nos alentos,
Sem encontrar amparo para os intentos.

Jogado à própria sorte das vorazes lutas,
Não encontra em suas cansativas labutas,
A genuína fonte para alargar a dignidade,
E sucumbe sob uma sorrateira maldade.

Os proclamados sentimentos de respeito,
Geralmente escondem a ação de despeito,
Da violência disfarçada nas vis bajulações,
Que impregnam os interesses e rejeições.

Instado a começar de novo sob o novo ar,
Onde a virtualidade possa enfim desandar,
Peregrina sob os anelos profundos da alma,
Para fruir respeito enriquecedor de calma.

Na contingência de estar sempre aquém,
Dos insondáveis desejos a mostrar o além,
Vai o peregrino colecionando memórias,
Dos intentos e das satisfações provisórias.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...