Jovens optantes à vida matrimonial,
Desejam a plenitude do amor vital,
Mas com poucos anos de partilha,
A racionalidade explode e fervilha.
Um pressupõe o outro conhecer,
E sabe o lado sensível enternecer,
Para ferir o âmago da fragilidade,
E ali soltar o veneno de maldade.
Assim armam-se ataques racionais,
Todo dia mais aguerridos e frontais,
Que ninguém vence algum embate,
Mas tampouco desiste do combate.
Cada um sabe onde machucar mais,
Para vingar cobranças justas e reais,
Mas, tão ferido e magoado no limite,
Não consegue integrar valido palpite.
O sentimento de amor some da vida,
E o desgaste rala a palavra
preterida,
Que transforma a mágoa progressiva,
Em mordácia felina e mais agressiva.
Brilha então a tentação de outro
amor,
Belo lenitivo para livrar-se do dissabor,
Mas, do real sentimento de insucesso,
Logo se chega a inibir todo
progresso.
Sem o cultivo da capacidade de
perdoar,
Pouco se pode do acasalamento
esperar,
Pois sem projetos de vida para
construir,
Tudo se delimita a um provisório
usufruir.
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