O rumo da
evolução humana não é linear, mas, facilmente volta a tempos de milhares de
anos atrás para repetir as mesmas fraquezas e erros, depois de ter vivenciado
consideráveis avanços e antecipar que outros maiores viriam pela frente.
Tivemos ao longo dos últimos meses um curso
intensivo da política pública nacional brasileira, sobretudo, a respeito de
como se pode roubar, ser corrupto, salafrário, falso, mentiroso, transgressor das
regras estabelecidas e passar imune ou com foro privilegiado diante dos
critérios de justiça.
Especialmente
a psicopatia cínica de Eduardo Cunha explicitou exaustivamente à nação
brasileira que para muitos mandantes o justo, o correto, o certo e o bom é o
que eles movem em seus desejos mórbidos. Com isso, a desfaçatez se revelou como
procedimento diário e cotidiano na administração dos bens públicos. Enquanto
isso, um povo cada dia mais sofrido e limitado sob os abusos de
administradores, sente-se refém e sem capacidade de pleitear o mínimo
necessário para sobreviver e levar vida modesta e discreta.
No século
VIII antes de Cristo, o profeta Amós revelava uma administração marcada pelos
mesmos pecados. Apesar de praticantes dos preceitos religiosos daquele tempo,
as autoridades os realizavam apenas no campo das aparências, mas, em suas
ambições, não havia nem preocupação e nem ação efetiva em favor do povo
sofrido.
Nada do que
as autoridades daquele momento faziam correspondia a um bom sentimento em favor
de todos. Eram rápidas e espertas para mudar medidas, para adulterar pesos e
fazer tudo quanto a cultivada argúcia da malandragem apontava como vistas a ser
tornarem mais ricos e mais poderosos. O pior é que exteriormente exibiam boa
prática religiosa nos momentos religiosos festivos. Neste formalismo de aparências
tornavam-se até irônicos e cínicos com a vida dos oprimidos, pois, tudo não
passava de vaidade interesseira, cultivada para explorar ainda mais e melhor o
povo já no limite da tolerabilidade diante da espoliação.
Jesus até
usou uma historinha para educar seus discípulos (Lc 16, 1-13) a fim de que
fossem muito espertos, mas, para uma finalidade muito diversa: para fazer o
reino de Deus espalhar-se e produzir melhor convivência humana. O conhecido
traço da caridade deveria gestar uma satisfatória e justa convivência a fim de
que o julgamento pudesse ser bom.
Por outro
lado, Jesus dava a entender que o uso das riquezas deveria favorecer não apenas
a algumas pessoas mandantes, mas, a muitas pessoas com vistas a alargar o leque
de pessoas amigas e ainda desfrutar da cordialidade do bem-estar com elas.
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