terça-feira, 13 de setembro de 2016

Tempos mutantes



Do cultivo da fé obsessiva no progresso,
Decorre no sistema de vida o retrocesso,
Pois, com trabalho diuturno que exaure,
Não existe recurso eficaz que o restaure.

Emerge paulatinamente a sensibilidade,
Em torno de nova intuição na sociedade,
Que centraliza os traços de gosto e afeto,
E relega as ambições do acúmulo abjeto.

O crescimento econômico fica desfocado,
Ante o desejo de pertença a bom legado,
Sem reparar para o status e precedência,
Já que importa a satisfatória convivência.

O tribalismo de pertença e de elitização,
Dos grupos seletos e status de exaltação,
Cede à desconsideração da procedência,
Para enaltecer sinais da boa convivência.

Importa o valor da atenção que expressa,
A bondade da valorização bem impressa,
No olhar e nos meigos gestos de lealdade,
A revelar a interação advinda da amizade.

A vida pública regida por mais sensibilidade,
Com a perda gradual da afoita racionalidade,
Permite o emergir de novas relações de vida,
Sem o Estado de ação ambiciosa e combalida.



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