Distante ficou o tempo da troca e da
doação,
Sucedido pelo ditame da compra e da
venda,
Sobretudo, de signos, imagens e
visualização,
Para fazer do consumo uma fonte que
renda.
Na ânsia do prestígio, hábitos ditam
o pensar,
Mas, reféns dos moldes que mudam todo
dia,
E feitos escravos das demandas para
agradar,
Subvertem-se mais na teia que prende e
judia.
Na aparência, livres e sem quaisquer
limites,
Não enxergam o ditame do poder
anônimo,
Que torna insaciáveis os múltiplos
apetites,
E os induz a um simulacro bem
anacrônico.
Os desejos foram amplamente
pervertidos,
Por isso, ânsias infinitas de muito
consumo,
Não conseguem ser razoavelmente
supridos,
E nem deixar o excesso dentro dum
aprumo.
Falta, no entanto,
corresponsabilidade social,
Para engendrar novos modos de
subjetivação,
Que deem ao fazer-se um toque todo
especial,
E apontem ao trabalho uma inusitada alteração.
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