terça-feira, 4 de novembro de 2014

Vender e comprar



Distante ficou o tempo da troca e da doação,
Sucedido pelo ditame da compra e da venda,
Sobretudo, de signos, imagens e visualização,
Para fazer do consumo uma fonte que renda.

Na ânsia do prestígio, hábitos ditam o pensar,
Mas, reféns dos moldes que mudam todo dia,
E feitos escravos das demandas para agradar,
Subvertem-se mais na teia que prende e judia.

Na aparência, livres e sem quaisquer limites,
Não enxergam o ditame do poder anônimo,
Que torna insaciáveis os múltiplos apetites,
E os induz a um simulacro bem anacrônico.

Os desejos foram amplamente pervertidos,
Por isso, ânsias infinitas de muito consumo,
Não conseguem ser razoavelmente supridos,
E nem deixar o excesso dentro dum aprumo.

Falta, no entanto, corresponsabilidade social,
Para engendrar novos modos de subjetivação,
Que deem ao fazer-se um toque todo especial,
E apontem ao trabalho uma inusitada alteração.






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