Saudades dos tempos de casas
ladeadas,
Por jardins de flores e de cores
variadas,
Com alvissareiros encontros das
visitas,
E conversas animadas, nada
esquisitas.
Da sabedoria do senso prático
eclodiam,
Com os vergéis a inspirar no que
diziam,
Coisas bem simples do que observavam,
Em torno da beleza que ali
desfrutavam.
A compreensão fenomênica do entorno,
Sempre remetia a algum novo contorno,
Para rir de coisas pequenas e bem
banais,
E fazer a vida fluir do jeito dos
mananciais.
Na observação do quanto corrompia a
vida,
Partilhavam-se os temores da
cotidiana lida,
E a atenção terapêutica evadia falsos
juízos,
Para evitar possíveis efeitos e seus
prejuízos.
A ação solidária curava mais do que o
médico,
E as múltiplas plantas, desde efeito
ortopédico,
A calmante dos nervos e disfunções
hepáticas,
Produziam uma comunhão das forças
empáticas.
Se hoje os jardins, já tão restritos
e esmilingüidos,
Abrigam tantas contravenções e tantos
bandidos,
Abre-se o desejo da lida bem distante
da urbana,
Até sem dinheiro e longe da política
que se ufana.
Estar de bem com a vida e com o
entorno humano,
Sobretudo nos jardins da vida
distantes do engano,
Ali ainda se afugenta o medo de dor,
agonia e pavor,
E aflitos encontram gratuito e belo
amparo no amor.
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