quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Jardins



Saudades dos tempos de casas ladeadas,
Por jardins de flores e de cores variadas,
Com alvissareiros encontros das visitas,
E conversas animadas, nada esquisitas.

Da sabedoria do senso prático eclodiam,
Com os vergéis a inspirar no que diziam,
Coisas bem simples do que observavam,
Em torno da beleza que ali desfrutavam.

A compreensão fenomênica do entorno,
Sempre remetia a algum novo contorno,
Para rir de coisas pequenas e bem banais,
E fazer a vida fluir do jeito dos mananciais.

Na observação do quanto corrompia a vida,
Partilhavam-se os temores da cotidiana lida,
E a atenção terapêutica evadia falsos juízos,
Para evitar possíveis efeitos e seus prejuízos.

A ação solidária curava mais do que o médico,
E as múltiplas plantas, desde efeito ortopédico,
A calmante dos nervos e disfunções hepáticas,
Produziam uma comunhão das forças empáticas.

Se hoje os jardins, já tão restritos e esmilingüidos,
Abrigam tantas contravenções e tantos bandidos,
Abre-se o desejo da lida bem distante da urbana,
Até sem dinheiro e longe da política que se ufana.

Estar de bem com a vida e com o entorno humano,
Sobretudo nos jardins da vida distantes do engano,
Ali ainda se afugenta o medo de dor, agonia e pavor,

E aflitos encontram gratuito e belo amparo no amor.

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