Se já não bastasse a perseguição de
outros animais,
Feras humanas, bem mais astutas que
outros rivais,
Movidas por publicidade de gosto vil
e desprezível,
Centraram em pacas a apreciação do sabor
indizível.
Muito mais traiçoeiros do que os
caçadores rivais,
Os humanos ainda movidos por traços
ancestrais,
Devassam, sem dó, as cuniculídeas tão
bisonhas,
E, somente para esnobarem de formas
medonhas.
Cruel é ver os encarregados de
protegê-las vivas,
Serem os primeiros a saboreá-las com
convivas,
E, para burlar as rígidas leis, falam
em leitoinha,
Recebida de amigo especial da Fazenda
vizinha.
Nos muitos freezers, abarrotados de
pesca e caça,
Numa clara contradição da evolução da
nossa raça,
Já não deveriam as iguarias destes gostos exóticos,
Levar a procedimentos tão carnívoros
e despóticos.
Os últimos remanescentes das espécies
de animais,
Na triste sina de sumir diante das caçadas brutais,
Não encontram proteção e nem instâncias
jurídicas,
Que lhes apontem direitos de vida
menos fatídicas.
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