quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A triste sina das pacas



Se já não bastasse a perseguição de outros animais,
Feras humanas, bem mais astutas que outros rivais,
Movidas por publicidade de gosto vil e desprezível,
Centraram em pacas a apreciação do sabor indizível.

Muito mais traiçoeiros do que os caçadores rivais,
Os humanos ainda movidos por traços ancestrais,
Devassam, sem dó, as cuniculídeas tão bisonhas,
E, somente para esnobarem de formas medonhas.

Cruel é ver os encarregados de protegê-las vivas,
Serem os primeiros a saboreá-las com convivas,
E, para burlar as rígidas leis, falam em leitoinha,
Recebida de amigo especial da Fazenda vizinha.

Nos muitos freezers, abarrotados de pesca e caça,
Numa clara contradição da evolução da nossa raça,
Já não deveriam as iguarias destes gostos exóticos,
Levar a procedimentos tão carnívoros e despóticos.

Os últimos remanescentes das espécies de animais,
Na triste sina de sumir diante das caçadas brutais,
Não encontram proteção e nem instâncias jurídicas,
Que lhes apontem direitos de vida menos fatídicas.




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